sexta-feira, 4 de maio de 2012

RENÚNCIA E AMOR

Agora ele já é um homem maduro... Muitas foram as experiências vividas junto aos seus doze irmãos e, de vez em quando, ele conta uma delas. Lembra-se de quando era apenas um menino e se inquietava porque sua mãezinha raras vezes almoçava ou jantava, junto com ele e os demais filhos. Um dia perguntou por que ela não se alimentava com eles e ela respondeu com um sorriso de ternura: É que não sinto fome, meu filho. Ele achava estranho o fato de sua mãe não sentir fome, mas sempre que lhe perguntava, ela respondia que realmente não estava com fome. Os anos passaram... Os filhos cresceram e hoje ele sabe que sua mãezinha deixava de comer não por falta de fome e, sim, por falta de comida. Ela, uma mulher semi-analfabeta, conduzia os filhos com tanto amor que nenhum dos 13 filhos percebeu que renunciava à comida para que eles pudessem alimentar-se precariamente. Jamais os fez se sentirem culpados pelas necessidades que a família enfrentava. Esse é o verdadeiro amor. O amor que sabe renunciar até mesmo às necessidades básicas, como o alimento, por exemplo, para que os filhos cresçam seguros e sem culpa. Hoje ela habita no Mundo dos Espíritos e, certamente, pode contemplar cada um dos seus filhos como quem fez tudo o que devia ser feito para que se tornassem pessoas de bem. Nos dias atuais, lamentavelmente, vemos pais e mães que culpam os filhos por tudo o que não conseguem realizar. Se a mãe não pode exercer a profissão que escolheu, a culpa é dos filhos, que vieram na hora errada. Se falta dinheiro, os filhos levam a culpa. Afinal de contas, o colégio é caro, os livros, as roupas etc. Se o casal não pode realizar a viagem de férias, a sós, é por causa dos filhos que teimam em existir para atrapalhar a vida dos pais. Nesses dias de tantos desencontros entre pais e filhos, vale a pena meditar a respeito da renúncia daquela mãe que deixava de comer para que os filhos que pôs no mundo pudessem sobreviver. Vale a pena pensar na grandeza do amor... Do amor que sabe renunciar e sabe calar para não ferir os sentimentos daqueles com quem convive e que dependem da segurança do lar para crescer e dignificar o Mundo que os acolhe com doçura e carinho. Se você, como mãe, está impedida de fazer tudo o que gostaria por causa da presença dos filhos, não os culpe. Lembre-se de que eles crescem muito rápido e saberão reconhecer os seu esforços e renúncias. E, ainda que não reconheçam, pense como a vida não teria sentido sem a presença deles no lar. Pense que se Deus os levasse hoje, você estaria livre para fazer o que deseja, mas não é isso que você quer. Por essa razão, considere que o tempo que você dedica aos filhos não é tempo que você perde, mas tempo que você investe. O verdadeiro amor é aquele que é capaz de renunciar sem ferir e de se dedicar sem cobrança. * * * O amor de mãe é a mais sublime expressão do amor na face da Terra. Nada se pode comparar à ternura de uma mãe abraçando os filhos seus. É por isso que muitos de nós, nas horas amargas, lembramos da Mãe mais sublime que já pisou na Terra: Maria, mãe de Jesus. Redação do Momento Espírita.

SENHORA DA MISERICÓRDIA

Caminhando em desespero, o velho homem pensara que não havia outra alternativa a não ser acabar com a própria vida, se jogando no rio Chieng. Ele perdera tudo o que tinha e já não havia como alimentar a sua família. Tinha receio de chegar em casa, olhar na face de sua esposa e dizer que perdera o pouco dinheiro que resultara da péssima colheita, numa aposta. Dessa vez tudo parecera diferente. Ele tinha certeza que ganharia o jogo e teria dinheiro suficiente para comprar uma carroça, podendo assim ganhar seu pão transportando pessoas de uma província a outra. Mas dera tudo errado. Sua última chance se esvaíra numa jogada mal planejada, que levara seu dinheiro e sua honra. Sem honra e sem esperança, ele se aproximou da beira do rio. Pediu perdão aos deuses e ancestrais. Preparava-se para se atirar na água, quando notou que, na margem, surgia a face de Kuan Yin, a senhora da misericórdia. Ela lhe sorria suavemente. Envergonhado, o homem cobriu o rosto com as mãos, e falou: Senhora, tenha piedade de minha alma. Tenho muitas dívidas e, depois de um ano sem chuva, toda a colheita se perdeu. Não vejo saída senão a morte. Filho, a morte nunca é saída para os problemas que precisamos resolver em vida.. - Disse a senhora. Encerrar a vida antes do tempo certo apenas prolonga para outro ciclo algo que poderia ser resolvido agora. A morte não é uma saída, é apenas uma passagem. E quem antecipa essa viagem acaba voltando ao ponto inicial da sua jornada. Há pessoas que morrem em vida, e outras que se apaixonam pela morte como se ela fosse a resposta de tudo. Eu lhe digo, porém: a resposta está na vida e quem é campeão da vida acaba achando um caminho quando está perdido, acaba encontrando uma luz quando tudo parece escuro. Mas, como terei forças para voltar para casa com as mãos vazias? - Inquiriu o homem desnorteado. Voltando com o coração cheio de vontade de continuar sua luta. Vá, filho meu. E toda vez que o desespero lhe turvar a visão, repita meu nome em seu peito como se fosse o som do seu coração. Prometo que estarei por lá. * * * A misericórdia Divina sempre nos proporciona novas chances. A lei da reencarnação é a prova de que Deus valoriza os recomeços, as renovações, o começar de novo. Fugir de si, fugir da vida, nunca será a solução para os problemas que enfrentamos. Cada nova encarnação traz seus desafios, suas metas e seus ajustes. Por isso precisa ser levada a sério, precisa ser analisada constantemente. Quando nos voltamos para a vida, com o coração cheio de vontade de continuar a luta, encontramos forças onde não sabíamos existir. Nunca estamos sós no mergulho na carne. O processo das reencarnações é extremamente organizado e conta com inúmeros trabalhadores que monitoram nossas vidas com carinho e desvelo. Assim, não vale a pena desistir. Se a misericórdia Divina nos presenteou com nova chance, abracemos a existência com alegria e coragem. Redação do Momento Espírita com base em texto da mitologia chinesa.

AFLIÇÕES DA ALMA

É natural, neste mundo, com suas necessidades e peculiaridades, que as preocupações com o nosso entorno consumam boa parte de nossas energias. São os compromissos financeiros a serem pagos, as atividades profissionais a realizar, a educação própria e a dos filhos a se construir. Enfim, são muitos e os mais variados os compromissos com o dia a dia do mundo. Somados a esses, os que efetivamente fazem nosso compromisso para conosco mesmo, assumimos outros, que são trazidos pelo barco da ilusão, e consentimos seu atracar nas praias de nossas vidas. Assim, permitimo-nos ocupar o tempo na luta inglória contra os anos, na ilusão do não envelhecimento, esquecidos de que cuidar do corpo se faz necessário, sendo supérfluos os exageros. Na busca do bem-estar físico, do salário que nos permita a vida confortável, deixamo-nos levar pelo exagero da ganância, pelo excesso da cobiça, usando as horas para amealhar, juntar moedas, ter fortunas. E, quando percebemos, toda nossa vida está voltada para as coisas puramente materiais. Vivemos todas as horas de nossos dias para o mundo exterior, e só para ele. Deixamo-nos lentamente esquecer da alma que somos, do Espírito que habita um corpo e passamos a viver como se fôssemos um corpo somente, sem alma. Como decorrência desse comportamento, as aflições da alma surgem avassaladoras. Descuidada e quase sempre esquecida, ela adoece por abandono e descaso, logo surgindo as aflições como consequência. Irrompem assim as distonias mentais, a depressão, a melancolia profunda, o desinteresse pela vida. Muitos afirmam que isso tudo surge do nada, de repente, sem causa externa ou aparente que possa ser identificada. Porém, as aflições que nos tomam a alma são apenas o resultado do longo período de descuido a que nos entregamos. Carentes de valores e estruturas nobres para enfrentar os desafios do mundo moderno, aturdimo-nos e nos afligimos. Como os momentos de reflexão, meditação, autoanálise não se fazem presentes e, ainda, o comportamento generoso, de solidariedade e gratidão à vida não se tornou hábito, a alma ressequida do investimento no amor, facilmente se perturba. Desse modo, se a alma se apresenta aflita é porque clama mudanças em suas paragens íntimas. Se a mente, reflexo da alma, perturba-se, é porque carece do investimento inadiável de valores nobres. Portanto, antecipar-se aos momentos de desassossego, buscando evitá-los, através das atitudes nobres, do bom pensamento e da autoanálise, é atitude de sabedoria e maturidade perante a vida. Redação do Momento Espírita.

ANJOS GUARDIÃES

Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre. Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis. Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação. Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão. Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta. São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo. Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade. Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução. Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha. Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam. Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica. * Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião. Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora. Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante. Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres. Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio. Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras. Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração. O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem. O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo. Imana-te a ele. Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade. Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso. * * * Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.