quarta-feira, 6 de junho de 2012

ORAÇÃO DA SERENIDADE

Concedei-me Senhor a Serenidade Para aceitar as coisas que não posso mudar Coragem para mudar as coisas que posso; E Sabedoria para discernir a diferença Viver um dia de cada vez; Aproveitar um momento de cada vez; Aceitar as dificuldades como o caminho para a paz; Tomar, como Jesus o fez, este mundo pecaminoso Como ele é, não como gostaria que fosse; Confiando que Ele tornará todas as coisas corretas Se eu me submeter à Sua vontade; Que eu possa ser razoavelmente feliz nesta vida E infinitamente feliz com Ele para sempre na próxima.

domingo, 3 de junho de 2012

VENCENDO O MEDO

O casal se preparou para ter aquele filho durante os longos meses da gestação. Era o primeiro filho e os jovens desejavam que tudo desse certo. Juntos participaram de todas as aulas de treinamento para o parto e de cuidados com o bebê. Prepararam o enxoval e esperaram. Mas, o trabalho de parto foi difícil, e, depois de algumas horas, os obstetras ofereceram a opção da cesariana. A jovem gestante, contudo, estava apavorada e não aceitou. Algumas horas mais e outro médico foi chamado. Apesar do cansaço, da dor e dos apelos do marido, a esposa ainda não aceitou a cirurgia. Desesperado, o rapaz telefonou para a sogra, que morava em outra cidade e pediu a ela que falasse com a filha. Enquanto o telefonema se desenrolava, ele foi até a sala de espera para falar com seu pai. O pai de Michael era um homem da terra, habituado à lavoura. Estava ali sentado, aguardando a chegada do filho do seu filho. Pensativo, ouviu o que o filho lhe explicava. Por fim, disse algumas palavras e abraçou o rapaz, que relaxou um pouco. Retornando para a sala de parto, Michael soube que a esposa concordara com a cirurgia. Enquanto a sala de cirurgia foi sendo preparada, a futura mãezinha ficou deitada, exausta, os olhos cheios de lágrimas, aguardando. Então, antes de ser levada à sala cirúrgica, recobrou o ânimo e fez um vigoroso esforço. A criança nasceu. Era um menino. O fato surpreendeu aos médicos que estavam assistindo a parturiente, que passaram a declinar várias hipóteses para o fato. Mas o esposo disse que aquilo tudo tinha a ver com seu pai. E explicou. Quando contou ao velho pai o que estava acontecendo, na sala de parto, ele comentou que o medo dos pais estava perturbando o pequenino ser. Ele também ficou com medo. Assim, o avô, ali mesmo na sala de espera, começou a falar mentalmente com o netinho. Falou das suas lembranças. Falou da beleza da terra, do nascer do sol, do entardecer, da nova colheita e da riqueza das safras. Disse ao neto que aguardava ansioso pelo momento em que eles pudessem caminhar juntos sobre a terra. Falou da bondade da vida, da amizade, do riso e do trabalho bem feito. Finalmente, falou do seu amor pela família. Lembrou-se do seu próprio pai, no México, da esposa, ambos já no mundo espiritual. Falou com o bebê sobre cada um dos irmãos de Michael, os seus tios, do orgulho que deles sentia, das mulheres com que eles se casaram. Lembrou natais de felicidade, aniversários em família, casamentos. Contou da alegria que sentiam pela felicidade uns dos outros. Falou e falou. Ofereceu ao bebê o seu coração. E o bebê nasceu. * * * Nascer é tão delicado quanto morrer. Quem chega, precisa de carinho, atenção, a fim de se sentir protegido. Se você vive o momento da gestação, pai ou mãe, converse com o filho por nascer. Mostre-lhe imagens mentais da bondade do mundo. Compartilhe com ele seu amor pela vida. Diga o quanto o ama e espera. Fale da beleza das flores, dos sons musicais que enchem os ouvidos e sensibilizam a alma. Descreva a poesia das noites estreladas e da lua, de cara redonda e prateada. Acene com os dias futuros em que o levará a passear nas águas cantantes do riacho, onde poderá mergulhar os pés miúdos. Conte-lhe sobre o valor da vida. Afirme, por fim, que o ama de forma incondicional. Redação do Momento Espírita, com base no cap. Encontrando o caminho, do livro As bênçãos do meu avô, de Rachel Naomi Remen, ed. Sextante.

O MUNDO E O MAL

Em certo trecho do Evangelho, Jesus faz uma longa oração pelos Seus discípulos. Nessa oração, Ele pede a Deus que não os tire do mundo, mas que os livre do mal. Esse trecho da prece do Cristo suscita as mais interessantes reflexões. Nos centros religiosos, há sempre grande número de pessoas preocupadas com a ideia da morte. Muitas não creem na paz, nem no amor, senão em planos diferentes da Terra. A maioria aguarda situações imaginárias e injustificáveis em seu futuro espiritual. Nessa expectativa de um amanhã rosado e glorioso, esquecem o esforço próprio. Não fazem o possível para tornar melhor o mundo em que vivem. Olvidam a bênção do trabalho, da disciplina e da perseverança. Envolvem-se o mínimo possível com o sofrimento alheio. Parecem achar que a vida na Terra é simplesmente algo a ser suportado. Quanto antes passar, da forma mais automática possível, mais rapidamente entrarão na posse de uma felicidade perfeita. Contudo, o anseio de morrer para ser feliz é enfermidade do Espírito. Afinal, orando ao Pai por Seus discípulos, Jesus não rogou para que fossem retirados do mundo. Pediu apenas que fossem libertos do mal. Trata-se de um eloquente sinal de que o importante para as criaturas não consiste em trocar de domicílio. Na Terra ou no Plano Espiritual, continuam as mesmas. O mal, portanto, não é essencialmente do mundo, mas das criaturas que o habitam. A Terra, em si, sempre foi boa. De sua lama, brotam lírios de delicado aroma. Sua natureza maternal é repositório de maravilhosos milagres que se repetem todos os dias. De nada adianta alguém partir do planeta, quando seus males não foram exterminados convenientemente. Em tais circunstâncias, a imensa maioria dos homens se assemelha aos portadores das chamadas moléstias incuráveis. Podem trocar de residência. Mas a mudança é quase nada, se as feridas os acompanham. O relevante é embelezar o mundo e aprimorá-lo. E isso se realiza mediante a transformação moral dos homens. Nessa linha, cada ser humano é colocado no melhor contexto para que se aperfeiçoe. Então, você não precisa morrer e nem mesmo trocar de vizinhança, de emprego, de família ou de país para ser feliz. Necessita, sim, ser digno e generoso onde quer que a vida o tenha colocado. Precisa aprender a perdoar e a dar de si, em vez de reclamar auxílio dos outros. Quando se tornar trabalhador, desprendido, leal e bondoso, viverá em paz em qualquer ambiente. Ainda que desafiado por fatores externos, possuirá um pedaço do céu em seu coração. Pense nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. 30 do livro Caminho, Verdade e Vida, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.

DOR DO ERRO

Quem de nós pode avaliar a própria vida como uma estrada feita somente de acertos? Quem tem condições de afirmar que seus dias foram construídos de forma irrepreensível, de maneira correta? Se bem analisarmos, perceberemos que os erros, tropeços e enganos são naturais em nosso processo de aprendizado, finalidade maior da nossa existência. Erramos, muitas vezes, por imaturidade. Portadores de valores ou sentimentos pouco nobres, acreditamos, ao elegê-los, que esses seriam os mais adequados para nos conduzir. Assim, nos deixamos guiar ora pelo orgulho, ora pela vaidade. Ou, ainda, a soberba e a arrogância nos acompanham nas decisões e comportamentos ao longo da vida. Até que nos apercebemos que eles nos trazem dissabores e não são os melhores conselheiros e condutores da existência. Mais maduros, calejados pela experiência, ao nos darmos conta de que aqueles não são os melhores valores para nos acompanhar, nem os melhores parâmetros para nos aconselhar, os abandonamos para buscar rumos mais felizes e saudáveis. Ao avaliarmos esses dias de equívocos, ao olharmos para trás, percebemos que não agimos por maldade. Apenas éramos imaturos e, talvez, um tanto levianos. Foi necessário que as dores decorrentes do erro e o peso das dificuldades nos forjassem na alma a tessitura da nobreza e do bem. * * * Assim ocorre com muitos pela estrada da vida. São vários aqueles que nos acompanham que agem dessa forma. Servem-se de valores equivocados nos relacionamentos. Estabelecem padrões ilusórios para pautar seu comportamento. Buscam condutas reprocháveis na sua vivência. Agem como agíamos há pouco tempo para, logo mais, as dores da vida os convidar para as lições do aprendizado. Como sabemos disso, porque era exatamente assim que nos portávamos, até recentemente, não julguemos. Aqueles que hoje agem de maneira equivocada, sem dúvida terão sobre os próprios ombros o peso dos seus erros, no justo reflexo que a vida oferece de tudo que fazemos. Se hoje, esses ainda agem assim, ofereçamos-lhes a compreensão, pois estamos cientes do que ocorrerá, em tempo imediato ou posterior. Se a vida já nos permitiu esse aprendizado, mais do que ninguém sabemos desnecessários o nosso reproche, nossa crítica e mesmo a nossa vingança para com aqueles que hoje erram. Dessa forma, se os nossos caminhos se cruzam com os caminhos de criaturas ainda iludidas a respeito do verdadeiro significado da vida, aproveitemos a chance para cultivarmos compreensão, indulgência e perdão. E deixemos que a vida, a seu tempo, e sob a tutela vigilante e amorosa da providência Divina, ofereça as melhores lições, para todos nós, que ainda temos tanto a aprender a respeito das coisas de Deus. Redação do Momento Espírita.