segunda-feira, 8 de novembro de 2010

AO LEVANTAR-SE





Agradeça a Deus a bênção da vida, pela manhã.

Se você não tem o hábito de orar, formule pensamentos de serenidade e otimismo, por alguns momentos, antes de retomar as próprias atividades.

Levante-se com calma.

Hoje será um excelente dia! - afirme ao espelho, sem medo, sorrindo.

As palavras positivas têm maior poder do que imaginamos, e são capazes de transformar tudo, dentro, e depois fora.

Se deve acordar alguém, use bondade e gentileza, reconhecendo que gritaria ou brincadeiras de mau gosto, não auxiliam em tempo algum.

A primeira impressão que se tem ao acordar, é determinante para os momentos futuros.

Quem gosta de acordar com susto, com ruídos incômodos, com tensão injustificada?

Guarde para com tudo e para com todos, a disposição de cooperar para o bem.

Antes de sair para a execução de suas tarefas, lembre-se de que é preciso abençoar a vida, para que a vida o abençoe.

Considere o ato de levantar-se como uma conquista diária: mais uma oportunidade! Mais um dia! Em frente!

Se a derrota já está no Espírito que não deseja sair da cama, dificilmente encontrará a tão sonhada vitória lá fora, no mundo.

Se a má vontade já o absorve nos primeiros segundos de vigília, como conseguir sorrir mais tarde?

Mesmo contra o mau humor crônico de alguns, você pode lutar, pode enfrentá-lo, modificá-lo. Basta uma atitude mental decidida, no sentido contrário.

Compare o seu levantar-se diário ao nascer do sol, e espelhe-se nele, com seus raios fulgurantes irradiando luz e calor para todos os cantos.

Espalhe a alvorada do coração para os que estão à sua volta também, pelo menos com um alegre: Bom dia!

Ninguém resiste a um Bom dia recitado com vontade, com carinho, pois junto dele vêm as boas vibrações, os fluidos universais modificados para o bem, alcançando a alma feito lenitivo poderoso.

Ninguém resiste a um abraço forte bem cedo, dizendo, sem palavras: Como é bom acordar e ver você ao meu lado!

Não há quem resista a uma gentileza logo cedo: um café da manhã preparado com desvelo; um bilhete amoroso; uma flor ao lado da xícara de café...

Não há quem resista a um sorriso, um carinho no rosto ao acordar, pois quando o amor alvorece tudo se transforma. Tudo que era noite vira manhã.

Assim, ao levantar-se, erga também o coração, na direção do Amor Sublime, do Criador da Vida, e agradeça por mais um dia, único, indispensável e fascinante.

* * *

Abrir os olhos... Puxar o ar com vontade... Vontade de quem quer viver.

Os pulmões se enchem de manhã, os olhos de sol, e num bocejo profundo expiramos... E lá se vai a noite de nossa alma aprendiz.

Não é mais um dia, não... É o único que temos... Pois o tempo é sempre presente (passado e futuro são invenções da memória e da esperança).

Abrir os olhos... Puxar o ar com vontade... Vontade de quem quer viver, de quem quer "bem viver".

Redação do Momento Espírita com base no cap. 1, do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Cec.

AMARGANDO DECEPÇÕES




Não somos poucos os que nos tornamos pessoas amargas, indiferentes ou frias, por causa de decepções que afirmamos ter sofrido aqui ou ali, envolvendo outras pessoas.

A decepção foi com o amigo a quem recorremos num momento de necessidade e não encontramos o apoio esperado. Foi com o companheiro de trabalho que nos constituía modelo, parecia perfeito e o surpreendemos em um deslize.

Tais decepções devem nos remeter a exames melhores das situações.

Decepcionarmo-nos com pessoas que estão no Mundo, sofrendo as nossas mesmas carências e tormentos não é muito real.

Primeiro, porque elas não nos pediram para assinar contrato ou compromissos de infalibilidade para conosco. Segundo, porque o simples fato de elas transitarem na Terra, ao nosso lado, é o suficiente para que não as coloquemos em lugares de especial destaque, pois todas têm seu ponto frágil e até mesmo seus pontos sombrios.

A nossa decepção, em realidade, é conosco mesmo, pois que nos equivocamos em nossa avaliação, por precipitação ou por análise superficial.

Não menos errada a decepção que afirmamos ter com a própria religião, com a doutrina de fé cristã que está a espalhar, em toda parte, os ensinamentos deixados por Jesus Cristo para os seres de boa vontade.

O que acontece é que costumamos confundir as doutrinas que ensinam o bem, o nobre, o bom com os doutrinadores que, embora falem das virtudes que devemos perseguir, conduzem as próprias existências em oposição ao que pregam.

Como vemos, a decepção não é com as mensagens da Boa Nova, mas exatamente com os que conduzem a mensagem. Nesse ponto não nos esqueçamos de fazer o que ensinou Jesus: comparar os frutos com as qualidades das árvores donde eles procedem, de modo a não nos deixarmos iludir.

Avaliemos, desta forma, as nossas queixas contra pessoas e situações e veremos que temos sido os grandes responsáveis pelas desilusões do caminho.

Nós mesmos é que criamos as ondas que nos decepcionam e magoam.

Cabe-nos amadurecer gradualmente nos estudos e na prática do bem, aprendendo a examinar cada coisa, cada situação, analisar a nós mesmos com atenção, a fim de crescermos para a grande luz, sem nos decepcionarmos com nada ou com ninguém.

Precisamos aprender a compreender cada indivíduo no nível em que se situa, não exigindo dele mais do que possa dar e apresentar, exatamente como não podemos pedir à roseira que produza violetas, que não tenha espinhos e que não despetale suas flores na violência dos ventos.

* * *

Para que avancemos em nossa caminhada evolutiva, imponhamo-nos uma conduta de maturidade, de indulgência e de benevolência para com os demais.

Disponhamo-nos a brilhar, sob a proteção de Deus, avançando sempre, não nos detendo na retaguarda a examinar mágoas e depressões, que se apresentam na estrada como pedras e obstáculos, calhaus e detritos.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. 28 do livro Revelações da luz, pelo Espírito Camilo, psicografado por Raul Texeira, ed. Fráter.

A ARTE DE OUVIR




















Ela era uma senhora solitária, envolta no luto da dor, desde que o marido morrera. Vivia só, na grande casa do meio da quadra. Casa com varanda e cadeira de balanço.

Todas as manhãs, o entregador de jornais, garoto de uns 10 anos, passava pedalando sua bicicleta e, num gesto bem planejado, atirava o jornal nos degraus da varanda.

Nunca errava. Paff! Era o sinal característico do jornal caindo no segundo degrau.

Então, numa manhã de inverno, quando se preparava para lançar o jornal, ele a viu.

Parada nos degraus da varanda, de pé, acenando-lhe para que se aproximasse.

Ele desceu da bicicleta e foi andando em direção a ela. O que será que ela quer? - Pensou o garoto. Será que vai reclamar de alguma coisa?

Venha tomar um café, falou a senhora. Tenho biscoitos gostosos.

Enquanto ele saboreava o lanche que lhe aquecia as entranhas, ela começou a falar.

Falou a respeito do marido, de suas vidas, da sua saudade. Passado um quarto de hora, ele se levantou, agradeceu e saiu. No dia seguinte e no outro, a cena se repetiu.

O menino decidiu falar a seu pai a respeito. Afinal, ele achava muito estranha aquela atitude.

O pai, homem experiente, lhe disse: Filho, ouça apenas. A senhora Almeida deve estar se sentindo solitária, após a morte do marido.

Deixe-a falar. Recordar os dias de felicidade vividos deve lhe fazer bem ao coração. É importante que alguém a ouça.

Nos dias que se seguiram, nas semanas e nos meses, o garoto aprendeu a ouvir, demonstrando interesse em seus olhos verdes e espertos.

Quando a primavera chegou, ela substituiu o café quentinho pelo suco de frutas. O verão trouxe sorvete.

Ao final, o entregador de jornais já iniciava sua tarefa pensando na parada obrigatória em casa da viúva. Habituou-se a escutar e escutar. Percebeu, com o tempo, que a velha senhora foi mudando o tom das conversas.

Como a primavera, ela voltou a florir, nos meses que vieram depois.

Quando o ano findou, o menino foi estudar em outra cidade.

O tempo se encarregaria de lecionar mais esperança no coração da viúva e amadurecer ideias no cérebro jovem.

Muitos fatores contribuíram para que o garoto e a viúva não tornassem a se encontrar. Contudo, uma lição o acompanhou por toda a vida. Ele nunca se esqueceu da importância de ouvir as pessoas, suas dificuldades, seus problemas, suas queixas.

Lição que contribuiu também para o seu sucesso como esposo, pai de família e profissional.

* * *

Saber ouvir é uma virtude. De um modo geral, nos cumprimentamos, perguntando uns aos outros, como está a saúde e a dos familiares.

Raramente esperamos por uma resposta que não seja a padrão: Tudo bem.

Normalmente, se o outro passa a desfiar o rosário das suas dores e a problemática da família, nos desculpamos apontando as nossas obrigações e quefazeres.

Entretanto, quando nos sentimos tristes, desejamos ardentemente que alguém nos ouça, que escute a cantilena das nossas mágoas.

Pensemos nisso. Mas pensemos agora, enquanto ainda nos encontramos a caminho com nossos irmãos, na estrada terrena.

Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

AS CAIXAS DE DEUS


Certa noite, um homem teve um sonho. Sonhou que tivera um encontro com Deus e porque o homem se apresentasse muito triste, Deus o presenteou com duas caixas.

Uma delas era de cor preta, envernizada e a outra de cor dourada, com um belo laço de fita.

"Coloque todas as suas tristezas na caixa preta", recomendou o bom Deus. "E as suas alegrias, guarde na caixa dourada."

O homem entendeu Suas palavras e, desde aquele dia, passou a proceder de acordo com a recomendação Divina.

Depois de algum tempo, o homem se surpreendeu porque a caixa dourada ficava cada dia mais pesada e a preta continuava tão leve quanto a noite em que a ganhara de Deus.

Tomado de curiosidade, abriu a caixa preta. Queria descobrir por que estava tão leve, se quase todos os dias ele colocava ali, ao menos, uma pequena tristeza.

Foi então que ele percebeu um buraco na base da caixa, por onde saíam todas as suas tristezas.

Pensou alto, falando com Deus:

"Por que, Pai, Você me deu uma caixa com um buraco e uma caixa inteira, sem nenhum vazamento?"

O bom Pai respondeu de pronto: "Meu filho, a caixa dourada é para você contar suas bênçãos. Por isso é fechada. A caixa preta é para você deixar ir embora todas as suas tristezas."



Diz o provérbio popular que tristezas não resgatam dívidas. É verdade. Mais do que isso, guardar tristezas é extremamente prejudicial à vida.

A tristeza é má conselheira, porque empana a visão mental de quem lhe sofre a presença e lhe perturba o discernimento.

A presença da tristeza produz emoções de sofrimento, que devem ser vencidas a esforço de renovação, a fim de que não se transformem em amargura ou desinteresse pela existência física.

No concerto harmonioso da Criação tudo convida à alegria. Flora e fauna são um poema de maravilhosa estrutura exaltando o Criador.

Apesar da Terra ser um planeta de provas e expiações, é também uma escola de campos verdes de infinita beleza, de perfumes no ar e de cascatas que arrebentam cristais nas pedras.

Nesse conjunto, só o homem é triste porque ele pensa, e a insatisfação, o orgulho, o egoísmo, a rebeldia o tornam sombrio, solitário e amargo...

Mas é o mesmo ato de pensar que ergue o homem ao esplendor dos céus, para agradecer o presente da vida no corpo, que lhe proporciona a evolução.

* * *

A tristeza, quando se instala, espalha destruição, não merecendo, portanto, aceitação em nossas vidas.

Coloquemo-la, então, sempre na caixa preta, sem fundo, para não guardá-la de um dia para o outro, nem da manhã para a tarde ou para a noite.

Depositemos, sim, todos os dias, na caixa dourada da nossa existência, as bênçãos com que Deus nos agracia, lembrando que só o ato de existir, já deve ser motivo de alegria, pelas excelentes ocasiões de que dispõe o Espírito para ser plenamente feliz.

Redação do Momento Espírita, com base em mensagem intitulada As caixas de Deus, sem menção a autor, e no cap. 4 do livro Perfis da vida, pelo Espírito Guaracy Paraná Vieira, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.