segunda-feira, 2 de julho de 2012

SUA MISSÃO

Francisco Cândido Xavier desencarnou com mais de nove décadas de idade, e setenta e cinco anos dedicados ao trabalho do bem. É um personagem conhecido e respeitado em todo nosso imenso Brasil. Dele se contam muitas histórias. A maioria delas falando a respeito de atitudes desse homem, que alguns chamam de O homem amor. Ele é um exemplo vivo do cristão que abraçou a causa do Cristo e a ela se entregou. Conta-se que, certa noite, sendo ainda bastante jovem, estavam ele e um amigo datilografando algumas mensagens recebidas dos Espíritos. Um besouro, de repente, caiu na máquina de escrever do amigo. Esse o pegou e o atirou com toda força contra a parede. O besouro tornou a levantar voo e, como criança que quer fazer pirraça, tornou a cair na máquina do amigo. Ele pegou outra vez o pequeno inseto e, com muita raiva, o arremessou de forma violenta contra o piso do aposento. O besouro não se deu por vencido. Uma vez mais levantou voo e, agora, caiu na máquina do Chico que olhou o bichinho se debatendo e o pegou entre os dedos, com todo o cuidado. Depois, foi até à janela e o soltou lá para fora, dizendo: Besouro, se você não conseguiu morrer com os golpes do meu amigo é porque você é como eu: tem uma missão a cumprir no mundo. Vá com Deus! * * * Você já parou para pensar a respeito da sua missão na face da Terra? Afinal, todos temos, como afirmava Chico, uma missão a cumprir. Existem Espíritos que nascem na condição de cientistas para se dedicar às pesquisas exaustivas e descobrir medicamentos para acabar com doenças que infelicitam muitos seres. Há Espíritos que escolhem ser professores ilustres para distribuir luzes às crianças, jovens e adultos, espancando as trevas da ignorância que trazem desconforto às vidas. Existem Espíritos que se tornam mães, esposas, irmãs dedicadas que se esquecem de si próprias em benefício dos seus amores. Mães que aceitam receber nos braços seres endividados com a Lei, como filhos rebeldes para conduzi-los ao bem. Sofrem durante décadas, na tentativa, e não desistem nunca. Irmãos que se oferecem como anjos de guarda, na Terra, de seres que renascem no mesmo lar e que são portadores de deficiências físicas e mentais. Esposas que aceitam retornar ao palco da Terra para receber companheiros que se transviaram da estrada reta há muito tempo, com a finalidade de os fazer retornar para o bem. Missões e missões... Você já parou para pensar qual é a sua? * * * A missão é um encargo, um compromisso que é sempre aceito e realizado com amor. Quem se encontra no desempenho dela, dá a própria vida, se necessário for. A sua pode ser a missão de ser um bom filho, amparando seus pais na velhice ou enfermidade. Pode ser a de ser pai, falando para seus filhos a respeito de Deus, dos reais valores da vida, tornando-os cidadãos verdadeiramente honrados no mundo. Pode ser a missão de ser amigo de quem precise. Pense nisso. Redação do Momento Espírita, com base no artigo Cada um de nós possuímos uma missão a cumprir, de autoria desconhecida.

TOLA VINGANÇA

As lendas chinesas são muito interessantes e sempre plenas de ensinos. Uma delas conta que o rei Sol tinha uma filha muito amada, tão linda que até mesmo o Imperador Amarelo era cheio de admiração por ela. Quando o rei Sol saía para dirigir o curso da aurora, a cada manhã, a filha desejava ir com ele. Mas ele era muito ocupado e não a podia levar consigo. Um dia, ela remou secretamente atrás do pai, num barco. Infelizmente, uma tempestade se levantou e ela foi tragada pelo mar, deixando seu pai tomado de tristeza. No entanto, ela renasceu como um pássaro de cabeça listrada, garras vermelhas e bico branco. Por causa do seu canto lamentoso é chamado de Jingwei. Pois Jingwei prometeu se vingar do mar, dizendo que o transformaria em terra seca. Por isso, começou a catar pequenas pedras, com o bico, voando de sua casa para o Mar do Leste e deixando-as cair sobre as ondas irregulares. O mar lhe disse: Pequeno pássaro, desista! Mesmo se trabalhar por um milhão de anos, você nunca me transformará numa planície deserta. A resposta rancorosa de Jingwei foi: Mesmo que eu leve dez milhões de anos ou cem milhões de anos, até o final do mundo, vou tratar de fazer de você terra seca. As fêmeas descendentes de Jingwei prosseguem na interminável tarefa de buscar pedrinhas e gravetos para aterrar o mar. * * * Os chineses respeitam enormemente esse pássaro por sua determinação férrea e pela força de vontade. Monumentos foram erguidos em sua homenagem e ainda podem ser vistos em vários locais, às margens da costa leste da China. Cantada em versos, a lenda se tornou sinônimo de idealismo invencível e de empenho árduo. Permitimo-nos enfocar outra faceta dessa ave: o ódio que ela destila. Ódio que lhe consome os dias em vingança inútil. Sabendo, embora, que jamais conseguirá atingir o objetivo, afirma que morrerá tentando. Por vezes, não é exatamente assim que nos portamos? Atingidos em nosso orgulho ou no que dizemos ser nossa honra, concentramos nossas energias em tola vingança. Mesmo que tudo que façamos não atinja o alvo, que consideramos nosso inimigo, não desistimos. Ainda quando o organismo, registrando nossas vibrações negativas, dê sinais alarmantes de enfermidade, persistimos no intuito. Sofremos, choramos mas ratificamos: Morro, mas não me entrego! Vou até o fim! Valerá a pena? Não será mais produtivo aderirmos ao perdão ensinado por Jesus? Profundo conhecedor do psiquismo humano, terapeuta exemplar, Ele nos recomendou a reconciliação com o adversário. Sabia Ele que nada de positivo traz a vingança, prejudicando, primeiramente e acima de tudo, ao seu promotor. Pensemos nisso e deixemos que siga em paz quem nos agride ou envenena os dias. De nossa parte, vibremos no bem, pelo bem e usufruamos de saúde e felicidade. Redação do Momento Espírita, com base no cap.9, do livro Mensagem de uma mãe chinesa desconhecida, de Xinran, ed. Companhia das letras.

RAZÃO DE VIVER

Muitas pessoas erguem-se pela manhã acreditando não existir qualquer sentido para despertarem. Dormem sem nenhum objetivo e acordam do mesmo modo, transformando o dia-a-dia, em uma experiência insossa ou vazia. Vagam pelas ruas, sem destino certo, à mercê do que lhes aconteça no curso do dia. Levam uma vida sem direção, desvalorizando o tempo e a oportunidade de estarem reencarnados. Deixam-se levar pelos “ventos do acaso”. Não vêem significado em família, em amigos, nem em trabalho. Quando se estabelece este estado d’alma, a pessoa corre o risco de ser tragada pelo aguaceiro das circunstâncias, sem quaisquer resistências morais para enfrentar as dificuldades. Com certeza, não é o melhor modo de se viver. É urgente que nos possamos sentir como peças importantes nas engrenagens da vida. É necessário que tomemos gradual consciência quanto ao nosso exato papel frente às leis de Deus. Seria muito belo se cada pessoa – principalmente as que não vêem sentido para a própria vida – resolvessem perguntar-se: “O que posso fazer em prol do mundo onde estou? Para que, afinal, é que eu vivo? Para quem é que eu vivo?” Dificilmente não achará respostas valiosas, caso esteja, de fato, imbuída da vontade de conferir um sentido para sua existência. Cada um de nós, quando se encontra nas pelejas do mundo terreno, pode viver para atender, para cuidar de alguém ou de alguma coisa, dando valor às suas horas. É importante dar sentido à vida. É importante viver por algo ou por alguém. Dedique-se a um ser que lhe seja querido, que lhe sensibilize a alma, e passe a viver em homenagem a ele, ou a eles, se forem vários. Dedique-se a uma causa que lhe pareça significativa para o bem geral, e passe a viver em cooperação com ela. Dedique-se a cuidar de plantas, de animais, do ambiente. Apóie-se em algum projeto justo, desde que voltado para as fontes do bem, pois isso alimentará o seu íntimo. Assim seus passos na terra não serão a esmo, ao azar. Quando se encontram razões para viver, passa-se a respeitar e a honrar as bênçãos da existência terrestre. Cada momento se converte em oportunidade valiosa para crescer e progredir. A vida na terra não precisa ser um “campo de concentração” a impor-lhe tormentos a cada hora. Se você quiser, ela será um jardim de flores ou um pomar de saborosos frutos, após a sementeira responsável e cuidadosa que você fizer. Dedique-se a isso. Empreste sentido e beleza a cada um dos seus dias terrenos. Liberte-se desse amortecimento da alma que produz indiferença. Sinta que, apesar de todos os problemas e dificuldades que se abatem sobre a humanidade, a chuva continua a beijar a face do mundo e um sol magnífico segue iluminando e garantindo a vida em todo lugar. Isso porque, todos nós somos alvos da dedicação de Deus. *** O tempo é uma dádiva que Deus nos oferece sem que o possamos reter. Utilizá-lo de forma responsável e útil é dever que nos cabe a todos. Dê sentido às suas horas, aos seus dias, e assim, por consequência, a toda a sua vida. Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no livro Para uso diário, capítulo 25, de J. Raul Teixeira, ditado pelo Espírito Joanes.

HISTÓRIA DE FÉ

Quando a revolução comunista, no ano de 1919, criou uma situação política muito ruim, na Rússia, uma extraordinária jovem de apenas vinte anos decidiu abandonar o seu país. Seu nome era Catarina de Hueck e ficou conhecida somente pelo seu título, A baronesa. Chegou a Londres grávida do primeiro filho e sem recursos. Um tio que residia na América do Norte lhe falou de Nova Iorque, onde a riqueza era tanta que os dólares caíam das árvores. Ela foi viver em Nova Iorque. Trabalhou numa lavanderia onde ganhava oito dólares, dos quais mandava dois para o marido e o filho, que tinham ficado no Canadá. Tentou escrever para jornais, contando casos de guerra da Rússia que tão bem conhecia, mas ninguém se interessou. Buscou uma instituição de caridade, onde foi maltratada e humilhada. Nesse dia, pensou em se suicidar. Dirigiu-se até o rio Hudson e ficou olhando as águas. Foi quando ouviu uma voz: Ei, loirinha, o que você está fazendo aí? Era um motorista de táxi. Quer que eu a leve para algum lugar? Ela respondeu: Não tenho para onde ir, nem dinheiro para pagar o táxi. Diga a verdade, continuou o homem, você estava pensando em pular na água. Nota-se pela sua cara de fome. Ele a convidou para comer um hambúrguer. Ela desconfiou. Ele insistiu. Era um pai de família e religioso praticante. Ela foi para a casa dele e passou dois dias com sua família. Depois, ele lhe emprestou dinheiro para pagar a pensão. Ela voltou a procurar emprego e, no frio da manhã, foi orando: Meu Deus, perdoa-me aquele pensamento de desespero ao lado do rio. Ajuda-me a arranjar um emprego. Naquele momento, um vento forte lhe lançou no rosto um pedaço de papel. Era uma folha de anúncios de jornal, pedindo empregadas domésticas. Catarina se animou. Era a primeira vez que ela via uma resposta a uma oração em vez de vir do céu, vir do chão, trazida pelo vento, num pedaço sujo de jornal. Ela pensou: Deus é muito estranho mesmo. Manda motoristas de táxi atrás de uma jovem desesperada, fala na voz dos ventos, e responde até pelo jornal. Mais tarde, se tornou rica, proferindo conferências pela América, contando a sua história. Em outubro de 1930, ela fundou as Casas da Amizade e, mais tarde, numa ilha que lhe foi doada, no Canadá, o Madonna House, uma obra que ampara criaturas necessitadas. * * * Por mais difíceis sejam os problemas, jamais pense em suicídio. Sempre existe alguém que pode ajudar você. E quase sempre essa pessoa está muito perto. Olhe, procure, conte a sua dificuldade. Seja qual for a provação, entregue-se a Jesus em confiança. Ele é o caminho. Aguarde um pouco mais, na fé e o auxílio alcançará você. Redação do Momento Espírita, com base no artigo Deus e a baronesa, de Adilton Pugliese, da Revista Internacional de Espiritismo, ed. O clarim, de outubro de 2000 e no cap. 19 do livro Momentos de renovação, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.