quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

BUSCAI E ACHAREIS


Há uma passagem no Evangelho na qual Jesus afirma: Buscai e achareis.

É interessante notar que a atividade consistente em buscar pressupõe um certo esforço.

Quem procura alguma coisa movimenta os recursos de que dispõe para encontrá-la.

A promessa do Cristo é que quem procura acha.

Assim, resta a cada um analisar qual é a sua busca pessoal.

A liberdade rege o Universo e cada alma decide o caminho que deseja trilhar.

Caso a criatura se encante pelas ilusões mundanas, terminará por vivê-las, em alguma medida.

O resultado varia conforme os meios de que estiver disposta a lançar mão e o esforço que despender.

Tudo tem um custo na vida, inclusive a preguiça e a inércia.

Quem opta pelo comodismo arca com o elevado preço das oportunidades desperdiçadas.

Considerando a efemeridade da vida humana, convém refletir bem a respeito do que se elege por meta.

O que realmente compensa buscar com afinco?

Alguns gastam suas energias para enriquecer.

Contudo, as incertezas do mundo dos negócios por vezes causam dolorosas surpresas.

Ainda que um homem logre enriquecer, ele não poderá levar a própria fortuna ao morrer.

Fatalmente deixará seus haveres para trás, ao retornar para a pátria espiritual.

Assim, conquanto nobres e necessárias, as atividades econômicas não constituem a razão do existir.

A vida é triunfante e jamais se acaba, mas a experiência do corpo físico não dura mais do que algumas décadas.

Justamente por isso, tudo o que se liga à matéria constitui apenas instrumento para realizações maiores.

Não é sensato confundir os meios com os fins, sob pena de preparar amargas surpresas para si próprio.

Constitui desatino comprometer a própria dignidade em troca de gozos fugazes.

Os valores e os êxitos mundanos ficam no caminho.

Entretanto, a consciência o Espírito leva consigo aonde quer que vá.

Na carne ou fora dela, não pode se livrar de si próprio.

Ciente disso, reflita sobre suas opções.

O que você incessantemente busca, com quais objetivos gasta suas energias?

Dentro de cem anos, suas metas atuais terão alguma relevância?

Sem olvidar suas responsabilidades humanas, não seria mais sensato cuidar de seus interesses imortais?

Você achará o que procurar, assevera o Evangelho.

Pode ser que o salário de suas buscas sejam roupas caras, passeios e gozos os mais diversos.

Nessa hipótese retornará ao plano espiritual na condição de um mendigo.

Mas pode optar por ser alguém generoso e de hábitos puros, um autêntico alento para seus irmãos de jornada.

Se resolver buscar com afinco sua libertação de vícios e mediocridades, fatalmente atingirá essa meta.

O resultado será uma dignidade espiritual que o acompanhará para sempre.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

INGRATIDÃO


Você já teve o sentimento de que alguém lhe foi ingrato alguma vez? Já sentiu a decepção congelando seus sentimentos e tomando-lhe a intimidade de maneira intensa, como que afogando-lhe o coração em fel?

Das dores da alma, talvez a ingratidão seja uma das mais profundas, dando-nos a sensação de ser capaz de dilacerar o coração.

Ora foi o amigo que nos traiu a confiança, não sendo digno da intimidade que compartilhamos em segredo. Outra feita o vizinho, incapaz de aquilatar os esforços que fizemos para lhe amenizar as dificuldades e os problemas.

Outras tantas, surgem no seio familiar as relações de ingratidão, com filhos tratando aos pais como se esses lhe fossem criados com a obrigação de os servir. Ou esposos tratando com indiferença a dedicação e o desvelo da companheira.

Quando a ingratidão nos atormenta a alma é porque o sentimento da decepção está acompanhando-o, indicando que esperávamos outra atitude do próximo.

Afinal, só nos decepcionamos quando criamos uma expectativa que não se cumpriu.

E quando a decepção vinda da ingratidão nos toma de súbito, não é raro pensarmos que não valeu a pena fazer o bem, agir no bem, agir de maneira correta e acertada.

Magoados pela decepção, muitos de nós nos atormentamos, fazendo juras de que nunca mais ajudaremos e alegamos, ainda, que seremos mais felizes não nos incomodando mais com o próximo.

Fazer o bem nunca pode ser considerado um erro. Jamais alguém que esteja pensando no bem do próximo, no bem estar alheio, pode estar errado, desde que agindo desinteressadamente.

Se o outro é incapaz de reconhecer nossos esforços, se lhe faltam valores morais para entender a bondade alheia, que a sua limitação não seja fonte de nosso desestímulo.

Só agem assim porque, no egoísmo em que mergulham, ficam impedidos de perceber a bondade no coração do outro, iludidos na sua limitação de que o mundo está para lhes servir.

Imaginar que seremos mais felizes não fazendo o bem porque não nos decepcionaríamos, é iludir-se na felicidade do egoísta, de quem se fecha em si mesmo, a fim de não correr o risco da decepção.

A Providência Divina permite esses embates, apenas nos faz experimentar o amargor das decepções, para testar nossa perseverança no bem. Afinal, o bem deve bastar-se por si mesmo, sendo desnecessário vir acompanhado pelo reconhecimento, louvores e dádivas.

* * *

No exercício do bem, jamais deixemos que o não reconhecimento do próximo seja motivo para abandonar os propósitos de fazer o bem.

Ao perceber que os que hoje semeiam ingratidão ainda precisam percorrer longas estradas na vida, a fim de amadurecer suas relações para com o próximo, desperta em nós um sentimento de compaixão por eles, que substitui a decepção, nos dando ânimo e coragem, para continuar no esforço necessário de crescimento pessoal.

Redação do Momento Espírita, com base nos itens 937 e 938 de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec,ed. Feb.

LEMBRANÇAS


Nossa casa mental é sempre povoada pelas memórias que guardamos.
Assim, aquilo que a mente acolhe, conforme olhamos a vida, ali permanecerá.
O que permitimos que nos invada a casa mental pela audição, permanecerá um bom tempo ressoando em nossa intimidade, produzindo seus efeitos e os reflexos naturais do teor de sua mensagem.
Das nossas ações, daquilo que é produto e esforço de nossas mãos, sentiremos as consequências, que trarão seus significados e inevitavelmente nos farão perceber o peso de suas implicações.
Do nosso falar, daquilo que permitimos saia de nossa boca, seremos escravos para sempre, pesando sobre nós as consequências das palavras ditas.
Assim, nossas ações sempre gerarão as consequências naturais condizentes com o teor de que elas se revestem.
Se, muitas vezes, podemos selecionar o que queremos ouvir ou ver, e se somos donos de nosso agir e falar, as consequências boas ou funestas dessas realizações são apenas os reflexos da qualidade que elas trazem em si mesmas.
Assim, as lembranças que guardamos em nosso mundo íntimo serão sempre as escolhas e as opções que fazemos em nosso cotidiano.
O agir de agora, a fala precipitada do momento, logo mais se transformarão nas lembranças que nos acompanharão os passos na vida.
Assim, vale a pena o esforço de repensarmos um tanto mais quais são as lembranças que estamos escolhendo para nos acompanhar.
É verdade que poderemos ter a alma leve, tendo as lembranças como brisa suave a nos acariciar os momentos de reflexão.
Porém, será por opção nossa que essas lembranças poderão ser o tormento e o peso que carregamos na alma, buscando fugas alucinantes, para não as encontrarmos.
Não foi por outro motivo que Jesus, oportunamente, nos aconselhou, de maneira enérgica, a arrancar nosso olho se fosse motivo de escândalo, ou cortar a mão se fosse a origem de nosso mal.
Percebeu Jesus que melhor seria ter as dificuldades da deficiência física e trazer a alma tranquila do que preferir o corpo perfeito, porém capaz de nos corromper a alma.
Sabia Jesus que, enquanto as dificuldades do físico cessam quando a vida orgânica se extingue, os problemas da alma e suas lembranças afligentes nos acompanharão até o outro lado da vida, esperando solução de difícil monta.
Dessa forma, estejamos sempre alertas, a orar e vigiar refletindo em como nos conduzimos perante a vida.
Afinal, que possamos sempre perceber que se desejamos ter as melhores lembranças desta existência, devemos fazer hoje as opções mais felizes naquilo que falamos, agimos, vemos e escutamos.
Isso porque serão essas as construtoras dos caminhos que nos levarão à paz ou as estradas que nos conduzirão às aflições.

Redação do Momento Espírita.

A VIDA É CURTA


Um simples adesivo, fixado num vidro de carro, revela uma filosofia de vida muito perigosa.
Diz assim: A vida é curta. Quebre algumas regras.
Precisamos analisar esta cultura do Aproveite a vida, pois ela é curta, com bastante cuidado.
Percebemos que esse tipo de entendimento circula pelo mundo fazendo muitos adeptos que, por vezes, caem em armadilhas terríveis, sem perceber.
Parece haver em muitas pessoas uma aversão a regras, a leis, mesmo quando essas servem apenas para regular a vida em sociedade. Por isso, tão necessárias.
É a repulsa à responsabilidade que ainda encontra forças em tantas mentes que teimam em não crescer.
Quebrar regras simplesmente por diversão ou por achar que a vida está muito certinha - como se fala - é atitude infantil, imatura e perigosa.
Basta, por exemplo, uma única vez, extrapolar na velocidade na condução de um automóvel para se comprometer uma vida toda.
Uma brincadeira, um simples pega, pelas vias de uma cidade, para se colocar em risco um grande número de vidas, inclusive a própria.
Assim, não é um tipo de regra que pode ser quebrada de quando em vez.
Por que quebrar regras para se aproveitar a vida? Quem disse que para se curtir cada momento da existência com alegria, precisamos infringir leis?
Aproveitar a vida não significa fazer o que se quer, quando e onde se queira. Esta é a visão materialista, pobre e imediatista do existir.
Aproveitar a vida consiste em fazer o que se deve fazer, determinado pela consciência do ser espiritual, que sabe que está no mundo por uma razão muito especial.
O ser maduro, consciente, encontra no caminho do bem, da família, do amor, sua curtição, sem precisar sair por aí quebrando regras e infringindo leis.
* * *
A vida é curta ou longa. A escolha está em quem vive.
Ela é curta para os que desperdiçam tempo na ociosidade. Longa para os que se dedicam a uma causa nobre.
A vida é curta para os que acompanham os filhos crescerem de longe. Longa para os que aproveitam cada instante, cada beijo de bom dia, cada beijo de boa noite.
A vida é curta para os que acham que os vícios não fazem mal. Longa para os que desenvolvem hábitos sadios para seus dias.
A vida é curta para os que acham que a vida é uma só. Longa para os que já descobriram que o Espírito é imortal, já existia antes desta vida e continuará existindo depois.
A vida é curta para quem não perdoa. A mágoa mata mais cedo. É longa para os que buscam a reconciliação, evitando a vingança destruidora.
A vida é curta para quem não sorri. A depressão mata mais cedo. É longa para quem cultiva o bom humor perante as situações difíceis da existência.
A vida é curta para os vilões. Longa para os heróis.
A vida pode ser curta ou longa. Cabe a você escolher.

Redação do Momento Espírita