terça-feira, 27 de setembro de 2011

PESSOAS SURPREENDENTES



Um rapaz de vinte e dois anos adentra o palco do Korea's Got Talent. Programas semelhantes existem, com versões mais ou menos parecidas, em vários países do mundo.

E, vez ou outra, pessoas muito especiais ali comparecem.

Elas têm um sonho, desejam seguir uma carreira, mudarem o rumo da própria vida.

Com Choi Sung-Bong não foi diferente. Abandonado aos três anos de idade, ele viveu em um orfanato até aos cinco anos. Fugiu, confessa, depois de ter apanhado de pessoas responsáveis pela instituição.

Por dez anos, viveu pelas ruas. Vendia chicletes e bebidas. Dormia em escadas e banheiros públicos. Sempre que encontrava, nas ruas, aulas gratuitas de música, ele comparecia.

Fez o supletivo para o ensino fundamental e teve seu primeiro contato com a escola, ao iniciar o ensino médio.

Hoje, trabalha como servente de pedreiro. Seu sonho é se tornar um cantor. Um sonho que foi despertado de estranha maneira.

Certa feita, estando a vender chicletes em uma casa noturna, ele viu um cantor no palco, se apresentando.

A música animada o envolveu e ele ficou fascinado pelo que fazia aquela pessoa no palco. Decidiu: seria cantor.

Conta ele que viveu momentos muito duros em sua vida. Chegou a ser vendido a pessoas inescrupulosas.

Esse jovem, de experiências amargas, guarda doçura na voz e humildade na sua apresentação. Nota-se-lhe a timidez ao falar.

Também o nervosismo, frente ao microfone, apertando os olhos e os lábios, vez que outra.

Ele confessa que, quando canta, se sente outra pessoa. E, realmente, quando abriu sua boca para interpretar a música de Ennio Morricone, no idioma italiano: Nella Fantasia, a emoção tomou conta da plateia e dos julgadores.

Era mesmo outra pessoa. Um cantor interpretando uma canção, com alma e coração.

O sem família, que viveu anos pelas ruas, trabalha, estuda e persegue seu sonho. Não há amargura na sua voz.

Há a doçura de quem crê num mundo bom, conforme os próprios versos da canção que elegeu para sua apresentação e cuja tradução nos diz:

Nesta fantasia eu vejo um mundo justo.

Ali todos vivem em paz e em honestidade o sonho das almas que são sempre livres, como as nuvens que voam, cheias de humanidade.

Na fantasia existe um vento quente, que sopra pela cidade como amigo. Eu sonho que as almas são sempre livres...

* * *

Ante histórias tão comoventes como esta, continuamos a afirmar: o mundo melhor já está presente entre nós.

Almas que não elegem a vingança, nem o ódio ou a mágoa para si. Criaturas que olham mais para o futuro do que para o passado de dores.

Seres que sonham com um mundo claro, onde a noite é menos escura, onde as almas são livres como as nuvens que voam, cheias de humanidade...

Irmanemo-nos a essas pessoas, vivendo de forma positiva, fazendo o melhor das nossas vidas para o bem de todos os que conosco convivem e se nos acercam.


Redação do Momento Espírita, com base em vídeo do programa Korea's Got Talent.

SUPERANDO A DEPRESSÃO



Dentre as aflições comuns ao ser humano o transtorno depressivo apresenta-se com destaque na sociedade contemporânea.

A depressão é considerada, hoje, uma das mais comuns doenças da Humanidade, atingindo pessoas de todas as classes sociais e de todos os níveis culturais.

É um transtorno afetivo caracterizado por tristeza constante, dificuldade de sentir prazer, transtornos do sono e apetite. Afeta o organismo como um todo.

Os gregos chamavam essa doença de melancolia, reconhecendo que muitos indivíduos se apresentavam como incapazes de sentir alegria.

O rei israelita Saul sofria de depressão e sentia-se melhor ao ouvir as canções do pastor Davi.

Homero, em sua obra Ilíada, descreve um personagem profundamente melancólico, que se sentia vítima do ódio dos deuses, sendo por eles condenado ao sofrimento e à solidão.

Aristóteles considerava a melancolia como parte da personalidade de pessoas dotadas de genialidade.

No período da Idade Média acreditava-se que a melancolia era uma doença da alma, resultado do afastamento daquele indivíduo da fé em Deus.

No Renascimento, a ideia de que a melancolia era associada à genialidade foi retomada, surgindo até mesmo uma corrente de poetas e escritores que faziam dela o termo de inclusão naquele grupo.

Foi apenas em 1889 que um psiquiatra alemão, Emílio Kraepelim, descreveu o quadro clínico comum a muitos de seus pacientes como uma doença, chamando-a de melancolia delirante. O termo depressão surgiu logo depois.

No século vinte, as pesquisas médicas associaram a depressão a alterações na produção de substâncias cerebrais chamadas de neurotransmissores. Paralelamente surgiram medicamentos para seu tratamento.

A depressão é muito diferente de uma sensação de tristeza relacionada a algum fato ou a dificuldades enfrentadas. A tristeza deve ter curta duração, desaparecendo com a solução de sua causa.

A depressão é caracterizada por uma sensação constante de tristeza, perda da afetividade e da alegria do indivíduo, o que o leva ao isolamento.

Pode ser causada por fatores hereditários, psicossociais e econômicos e, até mesmo, por sentimentos de culpa não resolvidos. É comum também em pacientes com doenças de longa duração.

Como indivíduos resultantes de uma longa trajetória de experiências adquiridas no processo evolutivo de cada um, entendemos que conflitos graves, não resolvidos, no passado, podem dar origem ao distúrbio da depressão.

O indivíduo com depressão necessita, antes de tudo, de carinho e compreensão. Para aqueles que convivem com o paciente depressivo o grande desafio é o de exercitar a fraternidade.

Para quem sofre de depressão, é importante vencer o orgulho, reconhecer a necessidade da ajuda e do tratamento, bem como ter coragem de enfrentá-la.

Medicamentos e psicoterapia estão na base do tratamento do paciente. Estudos recentes mostram que a fé auxilia muito na recuperação.

Pessoas que se converteram a alguma religião e descobriram a fé verdadeira, equilibrada e raciocinada, mostram uma melhor evolução em seu quadro clínico, bem como menor tendência a recaídas.

A psicoterapia do amor, da alegria de viver, do convívio com as reflexões e a comunhão com Deus são, ao mesmo tempo terapia e prevenção para essa séria doença que atinge a Humanidade, e que deve ser enfrentada.

Redação do Momento Espírita com base no cap. 17 do livro Iluminação interior, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.