terça-feira, 25 de março de 2014

HARMONIA DAS DIFERENÇAS

Você já pensou que o nosso grande problema, nas relações pessoais, é que desejamos que os outros sejam iguais a nós? Em se falando de amigos, desejamos que eles gostem exatamente do que gostamos, que apreciem o mesmo gênero de filmes e música que constituem o nosso prazer. No âmbito familiar, prezaríamos que todos os componentes da família fossem ordeiros, organizados e disciplinados como nós. No ambiente de trabalho, reclamamos dos que deixam a cadeira fora do lugar, papel espalhado sobre a mesa e que derramam café, quando se servem. Dizemos que são relaxados e que é muito difícil conviver com pessoas tão diferentes de nós mesmos. Por vezes, chegamos às raias da infelicidade, por essas questões. E isso nos recorda da história de um menino chamado Pedro. Ele tinha algumas dificuldades muito próprias. Por exemplo, quando tentava desenhar uma linha reta, ela saía toda torta. Quando todos à sua volta olhavam para cima, ele olhava para baixo. Ficava olhando para as formigas, os caracóis, em sua marcha lenta, as florzinhas do caminho. Se ele achava que ia fazer um dia lindo e ensolarado, chovia. E lá se ia por água abaixo todo o piquenique programado. Um dia, de manhã bem cedo, quando Pedro estava andando de costas contra o vento, ele deu um encontrão em uma menina e descobriu que ela se chamava Tina. E tudo o que ela fazia era certinho. Ela nunca amarrava os cordões de seus sapatos de forma incorreta nem virava o pão com a manteiga para baixo. Ela sempre se lembrava do guarda-chuva e até sabia escrever o seu nome direito. Pedro ficava encantado com tudo que Tina fazia. Foi ela que lhe mostrou a diferença entre direito e esquerdo. Entre a frente e as costas. Um dia, eles resolveram construir uma casa na árvore. Tina fez um desenho para que a casa ficasse bem firme em cima da árvore. Pedro juntou uma porção de coisas para enfeitar a casa. Os dois acharam tudo muito engraçado. A casa ficou linda, embora as trapalhadas de Pedro. Bem no fundo, Tina gostaria que tudo que ela fizesse não fosse tão perfeito. Ela gostava da forma de Pedro viver e ver a vida. Então Pedro lhe arranjou um casaco e um chapéu que não combinavam. E toda vez que brincavam, Tina colocava o chapéu e o casaco, para ficar mais parecida com Pedro. Depois, Pedro ensinou Tina a andar de costas e a dar cambalhotas. Juntos, rolaram morro abaixo. E juntos aprenderam a fazer aviões de papel e a fazê-los voar para muito longe. Um com o outro, aprenderam a ser amigos até debaixo d'água. E para sempre. Eles aprenderam que o delicioso em um relacionamento é harmonizar as diferenças. Aprenderam que as diferenças são importantes, porque o que um não sabe, o outro ensina. Aquilo que é difícil para um, pode ser feito ou ensinado pelo outro. É assim que se cresce no mundo. Por causa das grandes diferenças entre as criaturas que o habitam. * * * A Sabedoria Divina colocou as pessoas no mundo, com tendências e gostos diferentes umas das outras. Também em níveis culturais diversos e degraus evolutivos diferentes. Tudo para nos ensinar que o grande segredo do progresso está exatamente em aprendermos uns com os outros, a trocar experiências e valorizar as diferenças. Redação do Momento Espírita com base no livro Pedro e Tina, de autoria de Stephen Michael King, ed. Brinquebook.

AINDA O AMOR

Nos dias que vivemos, muito se ouve falar a respeito do amor. Suspiram os jovens por sua chegada, idealizando cores suaves e delicados tons. Alguns o confundem com as paixões violentas e degradantes e, por isso mesmo, afirmam que o amor acaba. Entretanto, o amor já foi definido pelos Espíritos do Bem como o mais sublime dos sentimentos. Reveste-se de tranquilidade e confere paz a quem o vivencia. Não é produto de momentos, mas construção laboriosa e paciente de dias que se multiplicam na escalada do tempo. Narra o famoso escritor inglês Charles Dickens que dois recém-casados viviam modestamente. Dividiam as dificuldades e sustentavam-se na afeição pura e profunda que devotavam um ao outro. Não possuíam senão o indispensável, mas cada um era portador de uma herança particular. O jovem recebera como legado de família um relógio de bolso, que guardava com zelo. Na verdade não podia utilizá-lo por não ter uma corrente apropriada. A esposa recebera da própria natureza uma herança maravilhosa: uma linda cabeleira. Cabelos longos, sedosos, fartos, que encantavam. Mantinha-os sempre soltos, embora seu desejo fosse adquirir um grande e lindo pente que vira em uma vitrina, em certa oportunidade, para os prender no alto da cabeça, deixando que as mechas, caprichosas, bailassem até os ombros. Transcorria o tempo e ambos acalentavam o seu desejo, sem ousar expor ao outro, desde que o dinheiro que entrava era todo direcionado para as necessidades básicas. Em certa noite de Natal, estando ambos face a face, cada um estendeu ao outro, quase que ao mesmo tempo, um delicado embrulho. Ela insistiu e ele abriu o seu primeiro. Um estranho sorriso bailou nos lábios do jovem. A esposa acabara de lhe dar a corrente para o relógio. Segurando a preciosidade entre os dedos, foi a vez dele pedir a ela que abrisse o pacote que ele lhe dera. Trêmula e emocionada, a esposa logo deteve em suas mãos o enorme pente para prender os seus cabelos, enquanto lágrimas significativas lhe rolavam pelas faces. Olharam-se ambos e, profundamente emocionados descobriram que ele vendera o relógio para comprar o pente e ela vendera os cabelos para comprar a corrente do relógio. Ante a surpresa, deram-se conta do quanto se amavam. * * * O amor não é somente um meio, é o fim essencial da vida. Toda expressão de afeto propicia a renovação do entusiasmo, da qualidade de vida, de metas felizes em relação ao futuro. * * * O amor tem a capacidade de estimular o organismo e de lhe oferecer reações imunológicas, que proporcionam resistência para as células, que assim combatem as enfermidades invasoras. O amor levanta as energias alquebradas e é essencial para a preservação da vida. Eis porque ninguém consegue viver sem amor, em maior ou menor expressão. Redação do Momento Espírita com base em conto de Charles Dickens, e no cap. 13 do livro Momentos enriquecedores, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

NAS LEIS DO DESTINO

Há quem sustente que o Criador por vezes sentencia Suas criaturas a sofrimentos eternos. Contudo, tanto quanto se pode perceber, o Pai Celestial manifesta-Se através de Leis que expressam ser Seu objetivo o bem supremo. Essas Leis podem ser observadas mesmo nos processos rudimentares do campo físico. O fogo é agente precioso da evolução, nos limites em que deve ser conservado. Entretanto, se alguém coloca a mão no braseiro, é natural que incorra em dolorosas consequências. A máquina é apêndice do progresso. Mas em mãos inábeis ela se converte em instrumento de destruição. Negligência, imperícia ou indisciplina em seu manuseio causam resultados desastrosos. Ocorre o mesmo nos planos da consciência. Na matemática do universo, o destino sempre dá à criatura o que ela lhe der. É inútil que dignatários de um ou outro princípio religioso pintem o Todo Poderoso com as tintas das paixões humanas. Com frequência, ouvem-se interpretações que assemelham Deus a um soberano purpurado. Segundo esses relatos, Ele Se enraivece por falta de louvores ou de vassalagem. Também Se envaidece com adulações. Os que assim apresentam a Divindade podem estar movidos de santos propósitos. Talvez raciocinem sob o influxo de lendas e tradições respeitáveis do passado longínquo. Mas se esquecem de que, mesmo perante as leis dos homens, pessoa alguma consegue furtar, moralmente, o merecimento ou a culpa de outra. Deus é amor. Amor que se expande do átomo aos astros. Mas é justiça também. Justiça essa que atribui a cada Espírito segundo o que ele próprio escolheu. Sendo amor, concede à consciência transviada tantas experiências quantas necessite, a fim de retificar-se. Sendo justiça, ignora privilégios de qualquer ordem. Jamais afirme, portanto, que Deus bajula ou condena. Recorde que você não pode raciocinar pelo cérebro alheio. Também não pode comer pela boca do próximo. O Criador engendrou as criaturas para que todas elas se engrandeçam. Para isso, sendo amor, repletou-lhes o caminho de bênçãos e luzes. Sendo justiça, determinou que cada Espírito possuísse vontade e razão. Assim, ninguém é vítima senão de si mesmo. Cada qual se adianta ou se atrasa conforme prefira, no curso de incontáveis existências. O livre-arbítrio vigora amplamente no Universo. Apenas é necessário arcar com as consequências das próprias opções. Sua vida, aqui ou além, será sempre o que você quiser. Pense nisso. Redação do Momento Espírita, com base no cap. LI, do livro Justiça Divina, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.