quinta-feira, 27 de maio de 2010

ONDE HOUVER ÓDIO




Onde houver ódio, que eu leve o amor.

Incrível é o poder que tem o antiamor, essa hidra a que chamamos ódio.

Começando por desnutrir e desmantelar o cerne do seu portador, segue, mundo afora, espargindo seus miasmas e se multiplicando no seio de muitas vidas, tornando amarga a vivência.

O indivíduo odiento, relativamente aos que o rodeiam, é alguém que se acha encharcado pelo mesmo ódio que destila.

É alguém que odeia a si mesmo, e que, por isso adoece.

Assim, se desejamos erradicar o ódio do mundo, o primeiro lugar onde devemos tratá-lo, atendê-lo, é dentro de nós mesmos.

Todas as ações odientas que vemos gritando pelo mundo, fazendo vítimas, causando dor e revolta, têm seu início no íntimo enfermo do ser humano.

É o auto-ódio que precisa ser tratado.

O ódio contra si mesmo é a maior tragédia da mente humana.

O perfeccionismo exagerado, que penaliza seu portador, quando não alcança os resultados almejados, é manifestação de auto-ódio.

Os insucessos devem ser estímulo para acertar numa próxima vez e nunca razão de autoflagelo ou decepção profunda consigo mesmo.

Quem se odeia avança para o fim sem cerimônia, seja o fim da saúde, da alegria, do sossego ou o fim da família, dos amigos, da vida, ao cabo de tudo.

Adere aos vícios de difícil erradicação, justificando não poder abandoná-los, escusando-se de fazer mínimos esforços para isso.

O ser que se detesta, imprime em tudo o que faz o selo da negatividade, complicando o que poderia ser simples.

Assim, é preciso parar tudo e cultivar o seu oposto: o autoamor.

Quando Francisco de Assis apresenta a proposta do Onde houver ódio, que eu leve o amor, ele não se refere apenas ao ódio de fora, exterior.

Sabia muito bem, quando se colocou como instrumento da paz que os maiores inimigos do homem estão em sua intimidade.

Desta forma, amar a si mesmo é salvar o mundo.

O amor a si mesmo faz com que desejemos aprender para sermos úteis; faz com que trabalhemos para progredir.

O amor a si mesmo está no perdão concedido, que evita que carreguemos os dejetos prejudiciais da mágoa, do rancor, no coração.

O amor a si mesmo está em preservarmo-nos dos vícios, dos excessos.

Está em cuidar do corpo, sem exageros, e cuidar também da alma, dos pensamentos; do que lemos, assistimos, conversamos.

O amor a si mesmo está longe de ser esta paixão doentia, representada muito bem pela figura mítica de Narciso, que o impediu de pensar em qualquer outra coisa além de sua própria imagem.

É um amor maduro, que faz com que saibamos quem somos, que conheçamos nosso potencial, nosso valor; que saibamos de nossas imperfeições, mas que não nos deixemos assustar ou paralisar por elas; que nos demos novas chances, com alegria, tendo sempre em mente que nosso destino, como Espíritos imortais, será sempre a felicidade.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 25 de maio de 2010

O SERVIDOR MEDROSO




A parábola dos talentos é uma das mais conhecidas dentre as contadas por Jesus.

Segundo ela, um senhor que se ausentaria em viagem chamou seus servidores e lhes confiou seus bens.

A um deu cinco talentos, a outro deu dois e ao terceiro deu um.

Ao retornar de sua viagem, chamou os servidores para uma prestação de contas.

Os dois primeiros tinham multiplicado os talentos recebidos.

O senhor ficou satisfeito com sua fidelidade e prometeu lhes confiar mais coisas.

Entretanto, o terceiro limitou-se a enterrar o tesouro recebido.

Ao falar com o senhor, disse estar ciente da severidade dele e de que ele colhia onde nada semeara.

Por medo, não agira para multiplicar o talento que lhe fora confiado.

O senhor determinou que lhe tirassem o recurso que restara inútil em suas mãos.

É interessante observar a postura desse último servidor.

Por medo, ficou inerte.

Entendeu melhor enterrar seu talento do que se arriscar a cometer algum erro.

Terminou por perdê-lo de qualquer modo, tanto que foi entregue ao que já tinha dez talentos.

São inúmeras as leituras que se podem fazer dessa parábola.

Uma delas é que esses talentos representam os variados dons e recursos de que os homens são dotados.

A Providência Divina lhes faculta acesso a tesouros de inefável valor.

Pode ser a riqueza material, o dom da palavra, a vocação para as artes, para a maternidade, a medicina, o magistério.

Antes de retomar nova existência, renascendo, cada Espírito elabora, em linhas gerais, uma programação de vida.

Na existência terrena, lentamente os meios para cumprir o acordado e fazer o bem lhe chegam às mãos.

Nem sempre a criatura é feliz em suas opções.

São frequentes os êxitos parciais e mesmo os fracassos.

Como são imperfeitos e vivem para aprender, não é raro que homens se equivoquem.

Apenas é necessário tentar de verdade.

Dos equívocos surge a experiência, que facilitará o acerto mais tarde.

Nesse contexto, torna-se evidente o grave equívoco do servidor medroso.

Ele não se permitiu errar no empenho de acertar e ser útil.

Terminou por perder tudo sem ter auferido sequer a experiência oriunda da tentativa.

Convém refletir sobre isso sempre que surgir o desejo de desistir antes mesmo de tentar.

A prudência é uma virtude que mensura a eficiência dos meios de que se dispõe para a realização dos objetivos.

Se ela aponta alguma deficiência, esta deve ser trabalhada.

Entretanto, o medo é um péssimo conselheiro de vida.

Ele pode colocar a perder oportunidades valiosas de aprendizado e progresso.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

domingo, 23 de maio de 2010

REGAR A ALMA




Vivemos dias de estiagem.
Estiagem de afeto.
Dias em que a alma se ressente da ausência de diálogo e de compreensão.
Dias em que os seres se isolam no próprio egoísmo e se trancam com as suas próprias dores, nas furnas da angústia e da depressão.
Afogam-se nas próprias lágrimas e escutam apenas os próprios lamentos.
Ignoram as dores alheias e desprezam as verdades do próximo.
Vivemos dias de grande amargura.
Dias de solidão em meio à turba que passa sem destino, nem rumo.
Dias em que as pessoas, apesar de toda a riqueza e de todos os recursos dos quais dispõem, sentem-se arrastadas pela correnteza bravia da vida, como se nada pudesse ser feito para evitar tamanha desdita, como se fosse fatal a queda, o fracasso humano.
Muitos se perguntam: “onde foi parar a esperança? Como recuperar a paz perdida?”
Ora, a esperança e a paz jamais deixaram de habitar as paragens onde sempre foram encontradas.
Permanecem encantando as almas que as buscam com sinceridade e persistência, nos caminhos do bem.
Não foram elas que abandonaram o homem.
Em verdade, foi o próprio homem que as confundiu com as ilusões passageiras.
Foram tomadas por miragens incapazes de sustentar por longo período a satisfação fugaz dos primeiros tempos.
Ludibriado pelo próprio querer o homem passou a buscar em outras fontes a água da vida.
Abandonou a estrada das virtudes, que tem portas estreitas, passando a trilhar a senda do equívoco. Valeu-se do livre-arbítrio para fazer as mais variadas escolhas.
No entanto, tais escolhas, em sua grande maioria, foram embasadas apenas na satisfação imediata dos próprios desejos.
Os compromissos anteriormente assumidos foram relegados ao esquecimento.
As responsabilidades decorrentes da própria vontade foram ignoradas.
Com isso, não haveria como existir nos campos da vida paisagem diversa da qual hoje encontramos.
Desertos e desolação.
Angústia e desesperança.
As sementes espalhadas pelo divino semeador jazem ocultas entre a erva-daninha e o pedregulho.
Permanecem inertes, como se fossem incapazes de tocar o coração humano, rompendo a casca da indiferença e fazendo brotar, finalmente, a flor do entendimento.

Vivemos dias de estiagem.
Nossas almas clamam pela rega abençoada que lhes concederia a alegria verdadeira que desconhecem.
Clamam por ela, mas, no entanto, raramente se dispõem a recebê-la.
Ei-la que surge em cada um dos exemplos irretocáveis do cristo.
Faz-se presente em nossas vidas por meio das mensagens de elevada vibração dos espíritos benfeitores.
Comparece diante de nós em cada gesto de amor que recebemos ou que presenciamos.

Aproveitemos a seiva divina para dessedentar nossos espíritos tão necessitados da paz oferecida pelo cristo.
Deixemos que nossas almas, tão sedentas do bem, sejam, de uma vez por todas, tocadas pela mensagem de amor e de esperança ensinadas por Jesus.
Reguemos nossas consciências com os ensinamentos do mestre, a fim de que brote em nós os frutos da compaixão e da verdadeira fraternidade.
Só assim veremos renascer, no solo da nossa alma, a gloriosa esperança.

Equipe de Redação do Momento Espírita.

sábado, 22 de maio de 2010

RESPEITO




Respeito foi definido por alguém como a capacidade do ser de se importar com o sentimento do outro. Talvez seja esta a mais completa das definições.

Normalmente, quando nos sentimos ofendidos, desprezados, dizemos apreciar o respeito. Mas, será que respeitamos os demais?

É fácil sabermos. Basta que nos perguntemos se somos daqueles que marcamos horário com o médico ou o dentista e, na última hora, por questões de pouca importância, telefonamos desmarcando, sem nos preocuparmos com a agenda do profissional e, muito menos, com eventuais clientes que estariam aguardando em lista de espera por aquela hora que agora não será aproveitada por ninguém.

Acaso somos daqueles que apreciamos estabelecer preço para os serviços profissionais alheios? Somos dos que pensamos que tal ou qual profissional liberal ganha demais e pode nos fazer um grande desconto?

Mais do que isso. Alguns de nós dizemos, de maneira desrespeitosa, que o seu trabalho não vale mais do que a quantia que estipulamos.

Desrespeitamos o esforço que o profissional fez para chegar onde se encontra, desconsiderando as inúmeras noites que passou estudando, os plantões intermináveis e exaustivos, as horas de pesquisa.

Não levamos em conta, inclusive, os custos financeiros para completar o curso, para prosseguir no seu aperfeiçoamento, mestrado, doutorado.

Desrespeitamos o trabalho do outro toda vez que lhe dizemos que seu ganho é fácil e rendoso, enquanto o nosso é árduo.

Há falta de respeito sempre que desconfiamos dos outros baseados somente em nossa má fé ou má vontade.

E, no trato com outros profissionais, como os domésticos, jardineiros, pedreiros, carpinteiros, quanta vez os desrespeitamos.

Sempre que estabelecemos jornadas de trabalho muito longas, que exigimos cumprimento de tarefas além do que se considera humanamente possível, que submetemos o outro a situações humilhantes, o estamos desrespeitando.

O respeito deve ser a atitude de todo cristão para com o seu semelhante, seja ele superior ou inferior a si, na escala social e nos degraus da instrução.

Afinal, somos todos membros de uma única família, criados pelo mesmo Deus, nosso Pai.

Acreditemos que, se não aprendermos a respeitar o nosso semelhante, desde as mínimas coisas, não estaremos agindo dentro da Lei de justiça, amor e caridade.

* * *

Nas linhas do respeito, atentemos para a natureza que nos cerca.

E, ensinando valores aos nossos pequenos, iniciemos desde cedo a lhes falar do respeito a tudo que nos rodeia e serve.

Falemos-lhe do respeito que nos merecem os animais, as árvores, as flores, os jardins.

E, então, bem mais fácil lhes será entender, na sequência, o respeito aos seres humanos, familiares, idosos, professores, serviçais.

Pensemos nisso.

Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

NÃO DESISTIR JAMAIS!




Você já pensou em abandonar algum compromisso, alguma atividade antes de acabá-la, só porque estava difícil demais?

Já se viu desistindo de resolver um grande problema, porque ele se mostrou maior do que você estava disposto a solucionar?

Talvez muitos de nós já tenhamos passado por alguma dessas situações. O de desistir de algo, de algum intento, de algo previamente planejado.

Algumas vezes o motivo é o cansaço, outros o desestímulo, ainda pode ser a falta de perspectiva... Seja qual for a causa, o resultado é sempre o mesmo: tarefa inacabada, tarefa adiada.

Nosso livre-arbítrio nos permite tal ação, mas a resposta da vida será sempre a mesma: em algum momento, nos encontraremos novamente com o compromisso, a fim de concluí-lo.

Quanto mais importante for o compromisso adiado, mais tormentos e dificuldades, e mais energia vai-nos exigir para a sua continuidade.

Será sempre mais trabalhoso retomar o compromisso mais tarde pois, ao abandoná-lo, ele não se extingue, apenas continua lá, do mesmo tamanho e tão desafiador como sempre.

Desses compromissos que, algumas vezes pensamos em adiar, abandonar, fugir, sem dúvida, o maior deles é a própria vida.

Você já se deu conta de que viver é um grande compromisso de nós para conosco mesmo e para com Deus?

Ninguém vive por acaso, por obra do acaso e de maneira aleatória.

A vida de cada um de nós é experiência de extrema importância em nossa história de Espíritos imortais.

A cada vida, um planejamento, uma programação, sob a tutela e os cuidados da Providência Divina, para que tudo ocorra da melhor maneira possível.

Dessa forma, é natural que, para nossa vida, também estejam programados embates, desafios, alguns dissabores... São os resultados do ontem refletindo no hoje.

Mas todas as experiências que a vida nos oportuniza são para aprendizado, nada ao acaso, nada tempo perdido.

Por isso, evadir-se da vida pelo caminho infeliz do suicídio é opção insensata dos que imaginamos que todos os nossos problemas se solucionarão ao darmos as costas para eles.

Os problemas não só continuarão, como estarão aguardando nossas ações para sua solução, em momento oportuno.

É ilusão imaginar que a morte irá trazer a solução dos problemas. Pelos caminhos tristes do suicídio, ela nos trará apenas a decepção para quem se iludiu, imaginando que a vida acaba com a morte do corpo, esquecendo-se que a alma permanece.

Os nossos problemas são os mais adequados para a nossa estrutura emocional e para nossas capacidades.

Ninguém no mundo está abandonado. Deus, como Pai amantíssimo, cuida de cada um de nós, com um desvelo que poucas vezes nos damos conta.

* * *

Se algum dia tal ideia infeliz lhe passou pela cabeça, liberte-se dessa infame ilusão, pois que, por esses caminhos, a morte nada lhe trará a não ser a certeza de que tudo o que você quer abandonar hoje, terá que ser retomado mais tarde, sob a injunção de maiores dificuldades e dores.

Sem dúvida, o dia de hoje, o momento atual, é o mais adequado, favorável e feliz para a solução dos seus problemas.

Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

CAMINHOS




São muitos os caminhos... Caminhos tranquilos, plenos de flores, transitados sem problemas nem esforço.

Caminhos tortuosos, difíceis, cheios de pedregulhos, de aspereza e dificuldades.

Caminhos fáceis que conduzem a abismos profundos, como gargantas abertas no verde da selva.

Caminhos desconhecidos, que conduzem a alturas imensuráveis, margeando a montanha.

Caminhos de lama, após a chuva torrencial. Caminhos áridos, na terra castigada pelo sol ardente.

Caminhos ásperos, cheios de ervas daninhas e espinheiros. Caminhos curtos. Caminhos longos.

Em verdade, todos os caminhos têm algo em comum: o de permitirem ao viajante chegar a algum lugar.

Assim, o mais importante não é escolhe-lo por sua beleza, facilidade ou comprimento. O mais importante é saber onde se pretende chegar.

Na Terra, todos andamos por várias vias: as da comodidade, dos prazeres, das facilidades. São os caminhos curtos, fáceis e que conduzem o ser às bocas escancaradas dos abismos das paixões.

Existem aqueles que, de forma egoísta, preferem caminhar solitários e se perturbam após exaustiva marcha.

Os maus seguem trilhas suspeitas e se perdem em sombras.

Os que se afeiçoam ao bem seguem os caminhos da esperança e se iluminam. São vias de dificuldades, de tormentos e de dissabores. Caminhos espinhosos e difíceis, mas que dão acesso a portos de paz.

São eles que permitem ao homem alcançar as paragens superiores do bem que nunca morre e do amor que sempre dura.

Os servidores da caridade escolhem roteiros de ação constante pelo bem ao próximo e alcançam lugares de ventura.

A opção é individual e cada um a realiza de acordo com os sonhos e ideais acalentados na alma e os valores que carregue em sua intimidade.

Alcançar a felicidade breve e fugaz ou conquistar a alegria perene é decisão pessoal.

Na diversidade de tantos rumos, os homens se perturbam ou se tornam livres.

Contudo, não há ninguém que siga pelos caminhos de Jesus e que não deixe de alcançar o fim que almeja: a felicidade integral.

Hoje como ontem, Jesus, o Mestre incomparável, prossegue convidando o Seu rebanho, desejando atrair todos para Si.

O Seu convite perene é para que nos acerquemos Dele usufruindo de paz, alcançando a esperança e trabalhando sempre.

* * *

Ante a falta de tempo de que tanto reclamamos, face aos inúmeros quefazeres do dia-a-dia, é necessário parar para revisar e repensar Jesus.

Retornar aos Seus caminhos e percorrê-los com ternura é tarefa inadiável ao ser humano.

Assim procedendo, com certeza haveremos de experimentar o calor da Sua presença e a presença do Seu amor.

Ninguém há que possa prescindir de Jesus, escolher outros caminhos e ser feliz.



Redação do Momento Espírita com base no prefácio do livro
Pelos caminhos de Jesus, pelo Espírito Amélia Rodrigues,
psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

terça-feira, 18 de maio de 2010

A LEALDADE IGNORADA




Uma das mais belas qualidades humanas é a lealdade. Quanta grandeza em saber reconhecer um benefício com gestos de fidelidade.

Mas não é isso o que vemos sempre pelo Mundo. Muito pelo contrário.

O mais freqüente é encontrarmos por toda parte o desamor como pagamento àqueles que estendem a mão em auxílio ao próximo.

Quantas vezes vemos amizades e famílias desfeitas, boas lembranças esquecidas. Tudo em nome da deslealdade, que nada mais é do que uma forma de ingratidão.

Assim, vale a pena refletirmos sobre a natureza do que é desleal. Quem agiria assim? Quem seria capaz de pagar um benefício com uma traição? E por que razão faria isso?

Vamos responder por partes. Desleal costuma ser a maior parte da Humanidade em algum momento da vida.

Dificílimo é encontrar alguém que sempre age corretamente, que pauta seus atos pela extrema correção, em todas as ocasiões.

Por outro lado, as razões que levam à deslealdade são sempre baseadas no egoísmo. O egoísta não se preocupa com o bem-estar do outro. Para ele, seus interesses vêm em primeiro lugar.

Por isso, o egoísta não se envergonha em atraiçoar aquele que lhe estendeu mão amiga. Movido por interesses financeiros, por orgulho ou vaidade, não hesita em dar as costas para um amigo ou um ser querido.

E o que é alvo de um gesto de deslealdade - o que deve fazer?

Antes de tudo cabe não julgar. O desleal é alguém doente. Não um doente do corpo, mas um doente da alma, a quem nos cabe perdoar.

Perdoar? Sim, perdoar. Costumamos afastar de nosso dia-a-dia a prática do perdão.

Falamos tanto em perdão e enaltecemos seu valor na hora da provação.

Mas, basta que alguém nos fira, para imediatamente esquecermos tudo o que costumamos falar sobre a necessidade de perdoar o próximo. É uma conveniência.

Assim, diante da deslealdade, recordemos Jesus, que nos ensina a não resistir ao mal.

É o Cristo que nos convida a pagar o mal com o bem, a oferecer a outra face, a perdoar constantemente.

O valor do perdão é maior quanto mais grave é a deslealdade. Quando o desleal é uma alma querida, a quem sempre oferecemos o melhor em termos de amizade.

Uma fórmula preciosa para esses instantes é recorrer à prece. A oração balsamiza a alma, acalma o coração, ilumina os dias.

Se o coração do que é agredido está sereno, ele está liberto.

E o outro? Ah, a questão não é mais entre um e outro. A questão é entre Deus e cada um de nós. O outro? A questão é entre ele e Deus.

De nossa parte, devemos nos preocupar única e exclusivamente com a nossa consciência perante as Leis Divinas. Se estamos em paz, tudo está bem.

Isto, acredite, é também um exercício de desapego. Não contabilizar benefícios faz parte da essência da verdadeira caridade.

Se fizermos um bem a alguém, devemos fazê-lo por amor a Deus, pelo prazer de ser bom, pela alegria de ver os outros felizes.

Fazer o bem simplesmente, sem esperar recompensa, sem aguardar retribuição.

Foi isso o que Jesus nos ensinou. Pense nisso!

Redação Momento Espirita

sexta-feira, 14 de maio de 2010

VENCENDO O DESÂNIMO




O grande carro de luxo parou diante do pequeno escritório à entrada do cemitério e o chofer, uniformizado, dirigiu-se ao vigia.

Você pode acompanhar-me, por favor? É que minha patroa está doente e não pode andar, explicou. Quer ter a bondade de vir falar com ela?

Uma senhora de idade, cujos olhos fundos não podiam ocultar o profundo sofrimento, esperava no carro.

Sou a Sra. Adams, disse-lhe. Nesses últimos dois anos mandei-lhe cinco dólares por semana...

Para as flores, lembrou o vigia.

Justamente. Para que fossem colocadas na sepultura de meu filho.Vim aqui hoje, disse um tanto consternada, porque os médicos me avisaram que tenho pouco tempo de vida. Então quis vir para uma última visita e para lhe agradecer.


O funcionário teve um momento de hesitação, mas depois falou com delicadeza:


Sabe, minha senhora, eu sempre lamentei que continuasse mandando o dinheiro para as flores...

Como assim? Perguntou a dama.

O rapaz respondeu um tanto reticente:

É que... a senhora sabe... as flores duram tão pouco tempo... E afinal, aqui, ninguém as vê...

O senhor sabe o que está dizendo? Retrucou a dama.

Sei, sim senhora. Pertenço a uma Associação de Serviço Social, cujos membros visitam os hospitais e os asilos. Lá, sim, é que as flores fazem muita falta...


Os internados podem vê-las e apreciar seu perfume.

A senhora deixou-se ficar em silêncio por alguns segundos. Depois, sem dizer uma palavra, fez sinal ao chofer para que partissem.

Meses depois, o vigia foi surpreendido por outra visita. Duplamente surpreendido porque, desta vez, era a própria senhora que vinha guiando o carro.


Agora eu mesma levo as flores aos doentes, explicou-lhe, com um sorriso amável.


O senhor tem razão. Os enfermos ficam radiantes e fazem com que eu me sinta feliz. Os médicos não sabem a razão da minha cura, mas eu sei.

É que reencontrei motivos para viver. Não esqueci meu filho, pelo contrário, dou as flores em seu nome e isso me dá forças.

A Sra. Adams descobrira o que quase todos não ignoramos mas muitas vezes esquecemos. Auxiliando os outros, conseguira auxiliar-se a si própria.

* * *

Não é necessário visitar o túmulo dos entes queridos que partiram para levar o nosso carinho.

É que eles, definitivamente, não estão ali, onde foi enterrado o corpo físico, mas são como pássaros que deixaram a gaiola e voam livres.

Para que demonstremos o nosso afeto, basta que lhes enviemos as flores da nossa gratidão através do pensamento impulsionado pelos sentimentos de afeto que sempre nos nutriu e eles perceberão, onde quer que estejam.

Assim, a nossa visita ao cemitério será apenas para conservação e limpeza do lugar que serviu de aduana para a libertação do ser a quem tanto amamos e que continua vivendo.

Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v.4, ed. Fep.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

COINCIDÊNCIAS



Acontecem muitas vezes e, de um modo geral, simplesmente nos admiramos que aconteçam, sem atentar para detalhes.

No entanto, muitas dessas tais coincidências têm por trás a sábia mão Divina.

Lembramos de um empresário aposentado que recebeu um telefonema certo dia. Era da secretária de um famoso cardiologista que ele consultara há seis meses.

Ela desejava confirmar a sua consulta para o dia seguinte, às nove horas da manhã.

Richard Fleming não se recordava de ter marcado consulta. Lembrava que estivera na clínica, submetera-se a uma extensa bateria de testes e tudo estava bem.

Reticente, disse à secretária que não se lembrava de nenhuma consulta marcada com o cardiologista.

Ela pareceu um pouco hostil, nesse momento.

O senhor é Richard Fleming? Então, aqui está, amanhã, nove horas da manhã.

Por favor, o Dr. Brown é um médico muito conceituado, sua agenda está sempre lotada. Se o senhor não quiser vir à consulta, é só dizer. Desmarco e ligo para um paciente que esteja em lista de espera.

Richard achou que seria muito deselegante desmarcar a consulta, por isso a confirmou.

Mas, ficou preocupado. Será que o mal de Alzheimer o estava abraçando?

Pensou que, no dia seguinte, depois dos exames e dos testes, perguntaria ao médico o que fazer quanto a essa possibilidade. Afinal, de todos os processos de envelhecimento, o que ele mais temia era perder a sua capacidade mental.

Contudo, nem deu tempo para fazer indagações. Ao avaliar os primeiros resultados dos exames, o médico lhe disse que detectara um problema grave em seu coração.

Algo que necessitava urgente intervenção. Fora muito bom que ele tivesse vindo àquela consulta. Um ou dois meses mais e poderia ter sérios problemas.

Enquanto isso, na recepção da clínica, uma discussão tinha lugar.

Um homem estava quase a gritar com a secretária:

Como o senhor Richard Fleming já está sendo atendido? Eu sou Richard Fleming e minha consulta estava marcada para as nove horas, hoje!

Ante a sua insistência e impaciência, a secretária foi verificar no arquivo e descobriu duas fichas separadas para dois Richard Fleming.

Um era o que estava à sua frente e marcara a consulta. O outro era o que estava recebendo um diagnóstico grave e a prescrição da cura.

O Richard Fleming errado havia recebido o seu telefonema. Um equívoco que foi providencial para a vida do empresário aposentado.

Em verdade, ele precisava que isso acontecesse para que sua vida pudesse ser salva!

* * *

Deus tem sempre inusitadas formas de agir. Uma coincidência de duas pessoas com o mesmo nome poderia criar muita confusão.

Nesse caso, foi utilizada pela Providência Divina, para que uma pessoa pudesse ter sua vida salva!

Por isso, quando algumas coincidências acontecerem em sua vida, beneficiando-o, provocando-lhe felicidade, analise com cuidado e verifique se não podem ter sido provocadas pelo Pai amoroso e bom.

Isso porque o que chamamos simples coincidências são a expressão do amor de Deus aos Seus filhos.

Pensemos nisso!

Redação do Momento Espírita, com base em texto do livro Pequenos milagres, v. II, de Yitta Halberstam & Judith Leventhal, ed. Sextante.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O AMOR NÃO SELECIONA




Era um casal sem filhos. Os anos se somavam e, por mais tentassem, a gravidez nunca se consumava.

Aderiram a sugestões e buscaram exames mais sofisticados que lhes apontaram, enfim, a total impossibilidade de um dia se tornarem pais dos próprios filhos.

Optaram pela adoção e se inscreveram em um programa do município, ficando à espera.

Certo dia, a notícia chegou inesperada pelo telefone: Temos uma criança. Vocês são os próximos da lista. Venham vê-la.

Rapidamente se deslocaram para o local. Pelo caminho se perguntavam: Como será o bebê? Louro? Cabelos castanhos? Miúdo? Olhos negros? Menino ou menina?

Tal fora a alegria na recepção da notícia, que se haviam esquecido de indagar de detalhes.

Vencida a distância, foram recepcionados pela assistente social que os levou ao berçário e apontou um dos bercinhos.

O que eles puderam ver era uma coisinha miúda embrulhada em um cobertor.

Mas a servidora pública esclareceu: Trata-se de um menino. É importante que vocês o desembrulhem e olhem.

Não sei o que acontece pois vários casais o vieram ver e não o levaram. Se vocês não o quiserem, chamaremos o casal seguinte da lista.

Marido e mulher se olharam, ele segurou a mão dela e falou: Querida, talvez a criança seja deficiente ou enferma. Pense, se fosse nosso filho, se o tivéssemos aguardado nove meses, se ele tivesse sido gerado em seu ventre, alimentado por nossas energias, o amaríamos, não importando como fosse.

Por isso, se Deus nos colocou em seu caminho, ele é para nós e o levaremos, certo?

A emoção tomou conta da jovem. Estreitaram-se num amplexo demorado.

É nosso filho, desde já. Foi a resposta.

A enfermeira lhes trouxe o pequeno embrulho. Era um menino de cor negra. A desnutrição esculpira naquele corpo frágil uma obra esquelética, com as miúdas costelas à mostra.

Levaram-no para casa. A primeira mamada foi emocionante. O garotinho sugou com sofreguidão. Pobre ser! Quanta fome passara. Talvez fosse a primeira vez que bebesse leite.

No transcorrer das semanas, o casal descobriu que o pequeno era um poço de enfermidades complicadas. Meses depois, foi a descoberta de uma deficiência mental.

Na medida em que mais problemas surgiam, mais o amavam.

Já se passaram cinco anos. O garoto, ao influxo do amor, venceu a desnutrição e as enfermidades.

Carrega a deficiência, mas aprendeu a falar, embora com dificuldade e todas as noites, quando se recolhe ao leito, enquanto os pais lhe ensinam a orar ao Senhor Jesus, em gratidão pelo dia vencido, ele abraça, espontâneo a um e outro e diz: Mamãe, papai, amo vocês.

Haverá na Terra recompensa maior do que a que se expressa na espontaneidade de um Espírito reconhecido na inocência da infância?

* * *

O filho deficiente necessita muito dos pais. Todo Espírito que chega ao nosso lar, com deficiência e limitação, necessita do nosso amor para que se recupere e supere a própria dificuldade.

O filho deficiente é sempre compromisso para a existência dos pais.

Amemos, pois, os nossos filhos, sejam eles joias raras de beleza e inteligência ou diamantes brutos, necessitados de lapidação para que se lhes descubra a riqueza oculta.

Redação do Momento Espírita com base em fato.

O QUE DEVO À MINHA MÃE





Contemplando uma criança que dorme, tranquila, no berço, descobrimos o quão frágil é o ser humano e o quanto deve a uma mulher chamada mãe.

Quem quer que olhe para o próprio umbigo há de recordar da estreita ligação para com sua mãe que, durante nove meses, o alimentou, agasalhou, abrigou e protegeu em seu ventre.

E as primeiras noções de vida todos as recebemos de nossa mãe. Foi ela quem nos apontou o jardim e nos fez descobrir a borboleta colorida, a flor e o espinho, a chuva e o sol, a beleza do arco-íris.

Enquanto nós seguíamos as formigas do jardim, no seu ir e vir de carregadeiras incansáveis, foi ela quem nos falou da persistência e do trabalho.

Enquanto nos apontava a aranha, tecendo a sua teia, após o vento forte a ter destruído mais de uma vez, foi nossa mãe quem nos falou da paciência e dos milagres que ela produz.

E quando, nas primeiras brincadeiras, alguém nos derrubava, era sempre ela quem nos lecionava o perdão.

Quando começamos a perceber as diferenças entre crianças e adultos, velhos e moços, foi nossa mãe quem nos segredou aos ouvidos os valores do respeito e da consideração.

Na infância ela consertou nossos brinquedos, costurou a roupa nova para a boneca que havia sido esquecida na chuva.

Na adolescência, mais de uma vez consertou-nos o coração despedaçado pelos primeiros pequenos reveses no namoro.

Nosso primeiro sorriso foi a imitação do seu e foi ela quem nos ensinou a utilizá-lo para quebrar o gelo, ou para iniciar um pedido de desculpas.

Enquanto pequenos, ela nos fez sempre sentir protegidos e amados. Quando a curiosidade nos fez estender o dedo em direção ao besouro e ele grudou ali, foi para ela que corremos, em busca do socorro.

Quando o cãozinho pulou e nos fez cair, lambendo-nos o rosto, em manifestação de carinho, apavorando-nos, foi ela quem nos tomou nos braços, sossegou e depois nos ensinou que, por vezes, as criaturas não sabem expressar muito bem seu afeto e que as devemos ensinar.

Foi ela quem nos desvendou o segredo das cores, dos números e das letras, mesmo antes de adentrarmos os bancos escolares. E tudo de maneira informal, como uma doce brincadeira que nos permitia aprender, sem cansar.

Incentivando-nos à pesquisa, quantas vezes ela nos permitiu incursões de aventura em seu armário e suas gavetas, deixando-nos descobrir tesouros maravilhosos, entre bijuterias, colares, anéis, lenços e tantas outras coisas miúdas, que eram todo nosso encantamento.

Seus livros foram os primeiros que nos enriqueceram o intelecto. Livros usados, marcados a caneta, lápis ou pedacinhos de papel. Livros cheios de anotações que nos ensinaram como se devia ler, anotando, perguntando, pesquisando.

As músicas de sua predileção foram as que nos embalaram a infância, junto com as canções da sua voz que nos acalmavam nas noites de chuva forte, raios e trovões.

E, mais do que tudo, porque desde o primeiro instante detectou que somos um Espírito imortal, plantou com imenso carinho a lição do amor em nós.

Seu intuito era que o que quer que nos tornássemos a serviço do mundo, soubéssemos que, acima de tudo, onde quer que estejamos, o que quer que façamos, o ser a quem devemos sempre servir é nosso irmão em humanidade.



Redação do Momento Espírita.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

AS FRUSTRAÇÕES DO HOMEM MODERNO




Grande parte das pessoas, na sociedade atual, é infeliz, é frustrada. Você já se perguntou por que isso acontece?

Muitos são os estudos feitos para se descobrir as possíveis causas da infelicidade do homem moderno e todos apontam para um único e grande causador de tudo isso: o próprio homem.

O ser humano traz em sua bagagem, ao nascer, um plano de felicidade. Ele traz consigo basicamente três motivações que o levarão a uma satisfação pessoal, se as conseguir manter ao longo da existência.

Uma delas é ter um relacionamento pessoal satisfatório.

Outra, é poder ser útil na comunidade em que vive e, por fim, crescer como indivíduo, alcançando sua auto-realização.

Se todas as pessoas conseguissem atender a esses apelos do seu interior jamais se sentiriam frustradas ou infelizes.

No entanto, há outros apelos muito fortes que vêm do exterior, que a sociedade impõe como sendo indispensáveis: ter muito dinheiro, ter fama e ser fisicamente atraente.

E é quando o ser humano entra na luta pela conquista de posses materiais, de fama e de uma aparência física atraente, que muitas vezes se infelicita e se frustra.

E por que isso ocorre?

Porque, em sua maioria, as criaturas se esquecem das suas aspirações íntimas e passam a lutar com todas as suas forças para conquistar o que a sociedade convencionou chamar de homem bem sucedido.

E, para "subir na vida", tantas vezes não se importa em passar por cima de seus semelhantes, e mata uma de suas motivações íntimas: a de ter um bom relacionamento pessoal.

Deixa de ouvir a voz da consciência que o chama à utilidade, junto à comunidade, e passa a lutar por uma profissão que lhe dê status e fama.

Se aspirar, por exemplo, a ser um médico útil à sociedade, passa a ver na profissão um meio de ganhar dinheiro e fazer fama, tornando-se um comerciante da medicina, que só atende se for bem pago.

E para poder se manter fisicamente atraente, muitos indivíduos vivem à custa de drogas e regimes cruéis, e passam a depender disso para manter as aparências.

E quando o corpo físico cobra seus tributos, em função da idade, passam a esticar a pele por todos os lados, como se fosse possível enganar as leis que regem a matéria.

O que o indivíduo não se dá conta, é que quanto mais luta para ter, mais se esquece de ser e mais se infelicita.

Os que conseguem conquistar posses materiais, fama, e uma boa aparência, passam a empregar seu tempo e sua saúde para mantê-los.

E os que não logram realizar esses sonhos estabelecidos pela sociedade, se tornam infelizes e frustrados por se julgarem incapazes para tal.

Jesus, o excelente psicólogo da Humanidade, recomendou que envidássemos esforços para conquistar bens que nem a traça nem a ferrugem consomem. E esses bens são as virtudes do Espírito, que nos seguem pela eternidade afora.

Assim, quando o ser humano entender que o dinheiro é meio e não fim para ser conquistado a qualquer custo, colocará esse bendito recurso a serviço do progresso próprio e dos seus semelhantes em todos os sentidos.

“Não vos inquieteis pela posse do ouro”, recomenda Jesus.

E na parábola do rico fazendeiro que só se importava em encher os celeiros de forma egoísta Ele adverte: “Insensato que sois! Ainda esta noite lhe exigirão a alma.”

Jesus, portanto, não disse que temos que desprezar os bens terrenos, nem o dinheiro, mas ensinou que os bens terrenos aqui ficam quando daqui partimos e que não vale a pena ganhar a vida e perder-se a si mesmo.

* * *

Você vale pelo que é, e não pelo que tem ou pela sua aparência física.

As virtudes são os tesouros mais preciosos que você pode conquistar.

Lembre-se sempre de que nada vale a pena se tivermos que abrir mão da nossa dignidade, da nossa honradez, ou dos nossos valores nobres.



Texto da Redação do Momento Espírita, com base em texto do livro Porque fazemos o que fazemos, de Edward Deci, ed. Negócio.

terça-feira, 4 de maio de 2010

TRISTEZA PERIGOSA




Você já recebeu, alguma vez, a visita da tristeza?

A tristeza, em si mesma, nem sempre deve ser encarada como um mal.

Quando chega trazida pela separação de um ente caro, por exemplo, pode ocasionar uma espécie de retiro reflexivo salutar.

A dor promovida pela ausência dos afetos nos leva a meditar sobre os verdadeiros valores da vida. Sobre a importância dos seres amados em nossas existências e, por vezes, nos faz mudar radicalmente nosso temperamento, para melhor.

Nesse ponto, a tristeza pode se constituir em alavanca para o nosso progresso moral.

Todavia, há aqueles que se deixam conduzir por uma espécie de depressão total e muito perigosa.

A perda do apetite, do sono, da memória, chegando mesmo a perder totalmente a vontade de viver.

Essa entrega passiva à tristeza pode desencadear consequências desastrosas na vida das criaturas.

Um vendedor, por exemplo, que se deixa enredar nas malhas deprimentes da melancolia, pode ter sérias dificuldades para se libertar.

Visitado pela tristeza, deixa de visitar seus clientes. Por essa razão, as vendas caem, e isso o deprime ainda mais.

Se, ao contrário, se empenhasse mais, as vendas aumentariam e lhe trariam motivos de satisfação que o ajudariam a sair da crise.

Quando a tristeza nos visita, geralmente a nossa tendência é buscar o isolamento. Ver filmes dramáticos, ouvir músicas melancólicas, lembrar de fatos deprimentes.

No entanto, os profissionais da psicologia humana têm nos alertado quanto à necessidade de buscar saída para a crise, com motivos que nos levantem os ânimos.

Uma comédia, uma música alegre, a lembrança de momentos felizes, a busca por companhias otimistas.

Quem se deixa levar passivamente pela tristeza, pode ter sérias dificuldades para sair dela.

Os mais fracos buscam afogar a tristeza com uns tragos, ou em outros tipos de drogas, sem perceberem que mais se distanciam da alegria saudável.

Por essa razão, se você receber a visita da tristeza, busque imediatamente motivos para não se deixar prender em seus perigosos tentáculos.

A oração é um excelente antídoto contra esse e outros males.

A meditação séria a respeito dos motivos que nos levaram a esse estado d'alma, também é salutar.

Se nada acontece por acaso em nossas vidas, pensemos no porquê dessa visita e busquemos entender o seu recado.

É possível que a tristeza nos traga a mensagem de que precisamos rever os nossos valores, pensar em como temos vivido nossos dias.

E tenhamos sempre em mente que nesses dias temos que redobrar a vigilância e aumentar a atenção em tudo o que nos cerca.

Buscar o amparo do Alto para superar essa ausência de alegria, antes que ela tome conta de nossa alma.

* * *

Se te sentes sitiado pela depressão ou com os movimentos paralisados pelas malhas perigosas da melancolia, expulsa com esforço titânico as trevas que te envolvem e faze luz íntima, acendendo a lâmpada da oração sincera na mente em turbilhão.

Redação do Momento Espírita.