segunda-feira, 13 de setembro de 2010

SEGUIR EM FRENTE



Em uma conhecida passagem evangélica, Jesus afirma:

Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me.

O Cristo é a figura mais notável da História.

Ao contrário de todos os demais homens, Ele não possui vícios e fraquezas.

Pleno de grandeza e compaixão constitui o modelo ideal fornecido por Deus aos homens.

Nessas palavras de Jesus, pode-se vislumbrar todo um roteiro de evolução.

O que primeiro se identifica é o respeito à liberdade.

Trata-se de um convite, não de uma imposição.

Aquele que quiser ir após Ele deve prestar atenção em Suas palavras.

O jugo do Messias é suave e a rota que Ele sinaliza é luminosa.

Mas a criatura pode se decidir por caminhos tortuosos e obscuros, cheios de dor e desencanto.

Como a evolução é um desígnio Divino, todos se aperfeiçoarão.

Mas cada qual é livre para gerenciar o seu processo evolutivo, apressá-lo ou retardá-lo.

Havendo vontade de seguir em frente, surgem outras duas exortações.

Uma se refere ao ato de tomar a própria cruz.

Todo ser é como se construiu ao longo dos séculos.

Sua felicidade e sua desgraça constituem a herança que preparou para si mesmo.

Não adianta buscar culpados para as próprias mazelas.

A razão dos problemas enfrentados não reside no governo, no cônjuge, no vizinho, nos filhos, nos pais ou no patrão.

O Espírito é artífice de seu destino.

De acordo com seus atos, pensamentos e sentimentos, forja suas experiências e necessidades.

Como os outros não são culpados, não adianta tentar transferir o peso da cruz que se carrega.

A rebeldia e a revolta não resolvem nenhum problema.

É preciso coragem e decisão para assumir a responsabilidade pela vida que se leva, pelos próprios problemas e dificuldades.

Sem reclamações ou desculpas, é necessário tomar a cruz aos ombros e seguir adiante, com firmeza e dignidade.

Por difícil que se apresente, o dever precisa ser cumprido.

O derradeiro conselho é renunciar a si próprio.

Esse evidencia que o egoísmo é incompatível com a sublimação espiritual.

Quem deseja se libertar de injunções dolorosas tem de exercitar a abnegação.

Aprender a servir, a calar e a compreender, sem qualquer expectativa de retorno.

Trata-se do esquecimento dos próprios interesses no cuidado do semelhante.

Quem se esquece de si mesmo no afã de ajudar o outro ultrapassa o limite de seus deveres.

Não mede perdas e ganhos e se entrega à atividade do bem, pela simples alegria de ser útil.

Talvez o programa de trabalho pareça difícil, em um mundo marcado pelo egoísmo.

Mas representa a rota de acesso à paz e à plenitude.

Pense nisso.



Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

DRIBLANDO A ADVERSIDADE



A capacidade do ser humano de superar adversidades é inacreditável. E certos exemplos nos levam a acreditar que o ser humano ainda não descobriu tudo de que é capaz.

Também nos servem de exemplos para nossas próprias vidas. Um desses é o pianista João Carlos Martins.

Começou a estudar piano aos 8 anos de idade. Após 9 meses de aula vencia, com louvor, o concurso da Sociedade Bach de São Paulo. Um prodígio.

Rapidamente ele desenvolveu uma carreira de pianista internacional. Tocou nas principais salas de concerto do mundo.

Dedicou-se à obra de Bach.

No auge da fama, sofreu um grande revés. Jogando futebol, sua outra paixão além da música, caiu sobre o próprio braço. O acidente o privou dos movimentos da mão.
Para qualquer pessoa, uma tragédia. Para ele, um desastre total. Mas não se deu por vencido.

Submeteu-se a cirurgias, dolorosas sessões de fisioterapia, injeções na palma da mão.

E voltou ao piano e às melhores salas de concerto. Com dor e com paixão.

Mas a persistência de Martins voltaria a ser testada. Anos depois, vítima de um assalto na Bulgária, foi violentamente agredido.

Como conseqüência, teve afetado o movimento de ambas as mãos.

Para recuperar as suas ferramentas de trabalho, voltou às salas de cirurgias e à fisioterapia.

Conseguiu voltar ao amado piano mais uma vez. Finalmente, em 2002, a seqüela das lesões venceu. A paralisia definitivamente dominou suas duas mãos.
Era o fim de um pianista.

Afastou-se do piano, não da sua grande paixão, a música.

Aos 63 anos de idade, ele foi estudar regência. Dois anos depois regeu a Orquestra Inglesa de Câmara, em Londres.

Em um concerto, em São Paulo, surpreendeu outra vez. Regeu a Nona Sinfonia de Beethoven, totalmente de cor.

Ele precisou decorar todas as notas da obra por ser incapaz de virar a página da partitura.

A platéia rompeu em aplausos.

Mas João Carlos Martins ainda tinha mais uma surpresa para o público, naquela noite.
Pediu que subissem um piano pelo elevador do palco. E, com apenas três dedos que lhe restaram, ele tocou uma peça de Bach.

A Ária da Quarta Corda foi originalmente escrita para violino. É uma peça musical em que o violinista usa apenas a corda sol para executar a bela melodia.

Bom, Martins a executou ao piano com três dedos.

E, embora não fosse a sua intenção, a impressão que ficou no ar é que todos os presentes se sentiram muito pequenos ante a grandeza de João Carlos Martins.

* * *

Como Martins, existem muitos exemplos.

Criaturas que têm danificado seu instrumento de trabalho e dão a volta por cima, não se entregando à adversidade.

Recordamos de Beethoven, compositor, perdendo a audição e, nem por isso deixando de compor.

De Helen Keller, cega, surda, muda se tornando a primeira pessoa com tripla deficiência a conseguir um título universitário.

Tornou-se oradora, porta-voz dos deficientes, escritora.

Pense nisso e não se deixe jamais abater porque a adversidade o abraça.
Pense: você a pode vencer. Vença-a.

Redação do Momento Espírita com base na biografia de João Carlos Martins.

sábado, 4 de setembro de 2010

UNIÃO INFELIZ




A união esponsalícia considerada menos feliz traduz uma experiência bastante dolorosa.

Não se defende que uma pessoa suporte a contragosto a truculência e o peso de outra.

Todo Espírito é livre para definir-se, em seu pensamento, quanto às próprias resoluções.

Entretanto, antes de se optar pelo rompimento, convém refletir sobre o que seria uma verdadeira libertação.

A Lei Divina se encontra inscrita na consciência de cada ser e jamais é burlada.

Toda pedra lançada nos caminhos alheios também permanece com quem a lança, na forma de sofrimento.

A angústia persiste enquanto não se remove a sua causa.

Nas ligações afetivas, colhem-se muitas alegrias.

Contudo, é também dentro delas que surgem as provas mais duras.

Afinal, sempre se recebe, no companheiro ou na companheira da vida íntima, o reflexo do que se é.

Enquanto não for devidamente solvido, o passado teima em retornar na forma de experiências purificadoras.

O matrimônio pode ser precedido de doçura e de esperança.

Mas isso não impede que a sucessão dos dias traga aos cônjuges o resultado das criações que deixaram para trás.

A jovem suave, que hoje fascina, será talvez amanhã a mulher transtornada, capaz de impor graves dificuldades aos projetos de felicidade de seu marido.

No entanto, essa mesma jovem foi em outras existências a vítima de seu atual esposo.

Por deslealdade ou inconsequência, ele a converteu na mulher temperamental ou infiel que agora lhe cabe relevar e retificar.

Hoje um rapaz distinto atrai a companheira para os laços da comunhão mais profunda.

Quem sabe amanhã ele será o homem cruel e desorientado, que a cumulará de aflições e constrangimentos.

Ocorre que esse mesmo rapaz, em vidas pretéritas, foi vítima da companheira atual.

Então, desregrada e caprichosa, ela lhe desfigurou o caráter e o converteu no homem vicioso ou fingido que agora deve tolerar e reeducar.

Muitas vezes se ama alguém, a quem se entrega, no ajuste sexual, desejando uma ligação duradoura e profunda.

Somente depois é que nesse alguém se surpreendem defeitos e nódoas antes invisíveis.

Nesses casos, se está diante de uma pessoa a quem se dilapidou no passado.

Hoje, ela fere exatamente nos pontos em que foi ferida.

Não se trata só de processo de cobrança e acerto de contas.

A criatura prejudicada está a esmolar compreensão e assistência, para se refazer perante as leis dos destinos.

Nesse contexto mais amplo, a união supostamente infeliz deixa de ser um cárcere de lágrimas para se converter em um educandário amoroso.

Nela, o Espírito equilibrado e afetuoso, longe de desertar, aceita, quando consegue, auxiliar sua vítima do passado.

Com isso, liberta-se das sombras do ontem para elevar-se, em silenciosa vitória sobre si mesmo, para os domínios da luz.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. 9, do livro Vida e sexo, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb. Em 03.09.2010.

SEJA AMIGO DE SI MESMO



Por onde nos movemos no mundo, vemos almas atormentadas pelo sentimento de solidão, pela sensação de abandono em que se veem, ansiosas por conseguir formar vínculos de amizade, embora não saibam como fazê-lo.

Em casos assim, faz-se necessário maior cuidado, uma vez que a ansiedade costuma precipitar negativamente as coisas na vida.

É comum que, na ânsia por fazer amigos, a pessoa se envolva com gente de maus costumes morais, viciada ou portadora de graves complicações.

É assim na procura de amizades como na busca de par para o casamento.

De nenhum modo vale a pena.

Muito coerente o dito popular que afirma: Antes só do que mal acompanhado.

Quando alguns ansiosos preferem a má companhia à solidão, acabam por envolver-se em tormentos de tal monta que não tardam a se arrepender do mau investimento.

Por isso, quando, apesar da sua boa vontade, apresentar-se a dificuldade em conseguir bons amigos, aguarde um pouco mais, sem desanimar.

Fique atento e tranquilo, pois o tempo não decepciona a quem sabe esperar trabalhando.

Seja você o melhor amigo de si mesmo.

Não se corrompa. Não crie problemas para remorsos depois. Leia bons livros. Cultive boa música, artes e esportes.

Viva em contato mais amplo com a natureza. Alimente-se e beba o que lhe convenha à saúde, sem guardar remorsos.

Você verá que, com essa pauta de comportamento levada a sério, será muito difícil não encontrar em seus caminhos outras pessoas que cultivem os mesmos bons ideais, e que estejam dispostas a estreitar laços e se tornarem suas amigas.

Tudo terá que começar por você.

* * *

Onde quer que você esteja, descubra na convivência dos dias os corações transparentes ou as almas simples, a fim de aproximar-se delas.

Procure distender o bem que leva em si na direção de outros seres, lembrando-se de que, conforme afirmou Jesus, é do bom tesouro do nosso íntimo que conseguimos extrair as coisas boas que dizemos e fazemos.

Quem deseja ter bons amigos precisa ser, antes de tudo, um bom amigo.

A relação de amizade é uma via de mão dupla, certamente, onde ofertamos e recebemos. Porém, a postura do homem de bem tem que ser sempre aquela de quem deseja ofertar ao outro em primeiro lugar.

A retribuição será consequência natural para o coração desvelado e bom, sem haver necessidade deste persegui-la como objetivo.

Reflita sobre suas relações de amizade, perguntando a si mesmo: Estou sendo um bom amigo? Estou pensando no outro antes de pensar em mim, nas minhas necessidades e aflições?

É sempre tempo de mudar, de melhorar, sem medo, sem constrangimento.

Surpreenda seus amigos hoje com um gesto inesperado, com uma pergunta jamais feita, com um abraço mais forte do que o usual.

A amizade é um tesouro que carregamos no coração.



Redação do Momento Espírita com base nos cap. 11 e 15, do livro Ações corajosas para viver em paz, pelo Espírito Benedita Maria, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter. Em 03.09.2010.

FALTA DE TEMPO



Mesmo sabendo que os dias e as horas são feitas dos mesmos segundos, desde sempre, você já teve a sensação que os dias parecem mais curtos?

Já escutou de alguém a reclamação de que falta tempo, de que não se consegue fazer tudo o que é necessário? Sempre a sensação de que os natais estão mais próximos, que os aniversários se repetem mais rapidamente e que tudo passa muito rápido?
Ocupamos, de tal forma, o tempo que o tornamos escasso, sempre a nos faltar, sempre a necessitarmos mais.

Há aqueles que afirmam que precisariam de um dia com 25 horas. E se isso acontecesse, a próxima sensação seria de que não é suficiente, e mais uma hora solicitariam para fazer todas as coisas que se propuseram no dia.
Como essa vontade de que o dia se estenda, que ganhe mais horas, que se adapte às nossas necessidades, é utópica, ficamos com uma certeza: teremos sempre o mesmo tempo e as mesmas horas do dia.

Se não conseguimos fazer tudo o que gostaríamos ao longo do dia, do mês, é porque, possivelmente, nos tenhamos proposto a fazer coisas em demasia, no tempo de que dispomos.

Se não fizemos tudo o que pensávamos, fizemos aquilo que escolhemos fazer, aquilo que priorizamos.

E a mágica do tempo é exatamente esta: prioridade. Tudo o que não conseguimos fazer, é justamente porque não priorizamos, porque atribuímos menos importância, valor ou necessidade.

O tempo é feito de prioridades. E, se nos sentimos insatisfeitos com a forma com que temos empregado nosso tempo, é hora de rever as prioridades.
Na Terra, nossa vida tem um tempo para começar e um tempo para acabar. Ela é finita.
Nossa alma é imortal e continuará a viver após a morte do corpo físico, mas o tempo que temos nesta existência é finito.

Assim, vale a pena refletir em como e em que o temos empregado.

Lembrando o ensino de Jesus de que onde estiver nosso tesouro aí estará nosso coração, podemos entender que priorizaremos o tempo, baseando-nos nas coisas e nos valores que trazemos na alma.

Assim, vale pesar em nossas escolhas, para bem usar o tempo, o entendimento de que estamos na Terra para experienciar e aprender as coisas e as Leis de Deus.
Se é importante empregar o tempo no trabalho digno, no amealhar o dinheiro para o conforto que o mundo pode proporcionar, também devemos empregá-lo para as coisas que não se contabilizam nos valores da Terra.

Então, não deixemos de investir nas coisas da alma e do coração.
Guardemos horas preciosas da semana para uma leitura sadia, para o convívio com a família, para uma atividade de voluntariado, para auxiliar o próximo.
Priorizemos um tempo para olhar nos olhos do nosso filho e ler o que lhe passa na alma, para namorar quem amamos, seja esse amor de alguns meses ou de algumas décadas. Ou para visitar alguém em dificuldade.

Somente poderemos dizer que não dispomos de tempo para todas essas atividades, se elas não forem eleitas como nossas prioridades.

Pensemos nisto: ao concluir o tempo de mais esta existência terrena, inevitavelmente, cada um de nós responderá em como e em que utilizou o precioso tempo.

Redação do Momento Espírita. Em 03.09.2010.