sexta-feira, 14 de junho de 2013

"A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação." Chico Xavier - Emmanuel

PENSAMENTO

Deus nos guia sempre, dando-nos a orientação de nossa vida. Mas precisamos ser receptivos, para ouvir sua voz, sabendo-a interpretar através das circunstâncias que cercam nossa vida, levando-nos ao maior progresso espiritual de nosso ser. Procure meditar silenciosamente, para ouvir a voz de Deus, que o guia, sem jamais abandoná-lo. Pois sem esforço de nossa parte, jamais atingiremos o alto da montanha. Não desanime no meio da estrada, siga em frente, porque os horizontes se tornarão amplos e maravilhosos à medida que for subindo. Mas não se iluda, pois só atingirá o cimo da montanha se estiver decido a enfrentar o esforço da caminhada. Carlos Torres Pastorino

REFLEXÕES SOBRE A CALÚNIA

Ninguém passa pela jornada terrestre sem experimentar o cerco da ignorância e da imperfeição humana. Considerado como planeta-escola, o mundo físico é abençoado reduto de aprendizagem, no qual são exercitados os valores que dignificam, em detrimento das heranças ancestrais que assinalam o passado de todas as criaturas, no seu penoso processo de aquisição da consciência. Herdando as experiências transatas nos seus conteúdos bons e maus, por um largo período predominam aqueles de natureza primitiva, por estarem mais fixados nos painéis dos hábitos morais, mantendo os instintos agressivos-defensivos que se vão transformando em emoções, prioritamente egoicas, em contínuos conflitos com o Si-mesmo e com todos aqueles que fazem parte do grupo social onde se movimentam. Inevitalmente, as imposições inferiores são muito mais fortes do que aquelas que proporcionam a ascensão espiritual, liberando o orgulho, a inveja, o ressentimento, a agressividade, o despotismo, a perseguição, a mentira, a calúnia e outros perversos comportamentos que defluem do ego atormentado. Toda vez, quando o indivíduo se sente ameaçado na sua fortaleza de egotismo pelos valores dignificantes do próximo, é dominado pela inveja e investe furibundo, atacando aquele que supõe seu adversário. Porque ainda se compraz na situação deplorável em que se estorcega, não deseja permitir que outros rompam as barreiras que imobilizam as emoções dignas e os esforços de desenvolvimento espiritual, assacando calúnias contra o inimigo, gerando dificuldades ao seu trabalho, criando desentendimentos em sua volta, produzindo campanhas difamatórias, em mecanismos de preservação da própria inferioridade. Recusando-se, consciente ou inconscientemente, a crescer e igualar-se àqueles que estão conquistando os tesouros do discernimento, da verdade, do bem, transforma-se, na ociosidade mental e moral em que permanece, em seu cruel perseguidor, não lhe dando trégua e retroalimentando-se com a própria insânia. Torna-se revel e não aceita esclarecimento, não admitindo que outrem se encontre em melhor situação emocional do que ele, que se autovaloriza e se autopromove, comprazendo-se em persegui-lo e em malsiná-lo. Ninguém consegue realizar algo de enobrecido e dignificante na Terra sem sofrer-lhe a sanha, liberando a inveja e o ciúme que experimenta quando confrontado com as pessoas ricas de amor e de bondade, de conhecimentos e de realizações edificantes. A calúnia é a arma poderosa de que se utilizam esses enfermos da alma, que a esgrimem de maneira covarde para tisnar a reputação do seu próximo, a quem não conseguem equiparar-se, optando pelo seu rebaixamento, quando seria muito mais fácil a própria ascensão no rumo da felicidade. A calúnia, desse modo, é instrumento perverso que a crueldade dissemina com um sorriso e certo ar de vitória, valendo-se das imperfeições de outros cômpares que a ampliam, sombreando a estrada dos conquistadores do futuro. Nada obstante, a calúnia é também uma névoa que o sol da verdade dilui, não conseguindo ir além da sombra que dificulta a marcha e das acusações aleivosas que afligem a quem lhe ofereça consideração e perca tempo em contestá-la. * * * Nunca te permitas afligir, quando tomes conhecimento das acusações mentirosas que se divulgam a teu respeito, assim como de tudo quanto fazes. Evita envenenar-te com os seus conteúdos doentios, não reservando espaço mental ou emocional para que se te fixem, levando-te a reflexões e análises que atormentam pela sua injustiça e maldade. Se alguém tem algo contra ti, que se te acerque e exponha, caso seja honesto. Se cometeste algum erro ou equívoco que te coloque em situação penosa e outrem o percebe, sendo uma pessoa digna, que se dirija diretamente a ti, solicitando esclarecimentos ou oferecendo ajuda, a fim de que demonstre a lisura do seu comportamento. Se ages de maneira incorreta em relação a outrem e esse experimenta mal-estar e desagrado, tratando-se de alguém responsável, que te procure e mantenha um diálogo esclarecedor. Quando, porém, surgem na imprensa ou nas correspondências, nas comunicações verbais ou nos veículos da mídia, acusações graves contra ti,sem que antes haja havido a possibilidade de um esclarecimento de tua parte, permanece tranquilo, porque esse adversário não deseja informações cabíveis, mas mantém o interesse subalterno de projetar a própria imagem, utilizando-se de ti... Quando consultado pelos iracundos donos da verdade e policiais da conduta alheia com a arrogância com que se comportam, exigindo-te defesas e testemunhos, não lhes dês importância, porque o valor que se atribuem, somente eles mesmos se permitem... Não vives a soldo de ninguém e o teu é o trabalho de iluminação de consciências, de desenvolvimento intelecto-moral, de fraternidade e de amor em nome de Jesus, não te encontrando sob o comando de quem quer que seja. Em razão disso, faculta-te a liberdade de agir e de pensar conforme te aprouver, sem solicitar licença ou permissão de outrem. Desde que o teu labor não agride a sociedade, não fere a ninguém, antes, pelo contrário, é de socorro a todos quantos padecem carência, continua sem temor nem sofrimento na realização daquilo que consideras importante para a tua existência. Desmente a calúnia mediante os atos de bondade e de perseverança no ideal superior do Bem. Somente acreditam em maledicências, aqueles que se alimentam da fantasia e da mentira. Alegra-te, de certo modo, porque te encontras sob a alça-de-mira dos contumazes inimigos do progresso Todos aqueles que edificaram a sociedade sob qualquer ângulo examinado, padeceram a crueza desses Espíritos infelizes, invejosos e insensatos. Criando leis absurdas para aplicarem-nas contra os outros, estabelecendo dogmas e sistemas de dominação, programando condutas arbitrárias e organizando tribunais perversos, esses instrumentos do mal, telementalizados pelas forças tiranizantes da erraticidade inferior, tornaram-se em todas as épocas inimigos do progresso, da fraternidade que odeiam, do amor contra o qual vivem armados... Apiada-te, portanto, de todo aquele que se transforme em teu algoz, que te crie embaraços às realizações edificantes com Jesus, que gere ciúmes e cizânia em referência às tuas atividades, orando por eles e envolvendo-te na lã do Cordeiro de Deus, sedo compassivo e misericordioso, nunca revidando-lhes mal por mal, nem acusação por acusação... A força do ideal que abraças, dar-te-á coragem e valor para o prosseguimento do serviço a que te dedicas, e quanto mais ferido, mais caluniado, certamente mais convicto da excelência dos teus propósitos, da tua vinculação com o Sumo Bem. * * * Como puderam, aqueles que conviveram com Jesus, recusar-Lhe o apoio, a misericórdia, a orientação? Após receberem ajuda para as mazelas que os martirizavam, como é possível compreender que, dentre dez leprosos, somente um voltou para agradecer-Lhe? Como foi possível a Pedro, que era Seu amigo, que O recebia no seu lar, que convivia em intimidade com Ele, negá-lO, não uma vez, mas três vezes sucessivas?! ...E Judas, que O amava, vendê-lO e beijá-lO a fim de que fosse identificado pelos Seus inimigos naquela noite de horror?! Sucede que o véu da carne obnubila o discernimento mesmo em alguns Espíritos nobres, e as injunções sociais, culturais, emocionais, neles produzem atitudes desconcertantes, em antagonismos terríveis às convicções mantidas na mente e no coração. Todos os seres humanos são frágeis e podem tornar-se vítimas de situações penosas. Assim, não julgues a ninguém, entregando-te em totalidade Àquele que nunca Se enganou, jamais tergiversou, e deu-Se em absoluta renúncia do ego, para demonstrar que é o Caminho da Verdade e da Vida.

DIAS DE DESAFIOS

Quem de nós não desejaria que a existência transcorresse à semelhança de um rio calmo, onde a barca de nossa vida singrasse por águas tranquilas e serenas? Todos temos o desejo de que, na vida, os embates não surjam, as dificuldades não se apresentem, e as dores não ocupem espaço em nosso caminhar. Contudo, viver é muito mais do que atender ao escoar dos dias, ou esperar a velhice chegar e a morte encerre a vida do corpo físico. Temos o desafio, a cada vez que nascemos, a cada vez que nos vestimos de carne, de que novos aprendizados se façam. Esse é o propósito da Divindade para conosco: que o corpo físico seja a possibilidade de progresso para a alma. Assim, naturalmente haverá dias mais amargos em nossa jornada. Ocorrerão fases em que o peso sobre nossos ombros se avolumará, e os problemas se apresentarão mais complexos. Passaremos por dias tumultuosos, em que seremos testados em nossos valores, nossa perseverança, nossa fé. Surgirão situações de grande monta, exigindo que desenvolvamos capacidades morais de que não dispúnhamos ou nem imaginávamos dispor. Haverá situações nas quais a prova se mostrará mais rude, em que enfrentaremos nossos limites morais, em que bordejaremos o extremo de nossa capacidade. Nada disso acontecerá, no entanto, sem a plena anuência da Divindade. Nenhuma sem o pleno conhecimento da Providência Divina. Deus tem total ciência de tudo que nos sucede. Nada que nos ocorra é inútil ou destituído de alguma razão, mesmo que de momento não consigamos entender o propósito. Contrariando o adágio popular, podemos dizer que Deus escreve certo por linhas retas. Nós é que somos, algumas vezes, os míopes que não conseguimos ver o amor e sabedoria de Seus desígnios. Assim, se os dias se mostram desafiadores, ali está a bondade de Deus nos oferecendo o aprendizado. Para alguns, o desafio é lidar com o retorno do ser amado à pátria espiritual, deixando o rastro das saudades e uma imensa ausência. Para outros, é a dor, a doença, as deformidades, as limitações físicas que chegam inesperadamente, provocando desequilíbrio em seus dias. Para muitos, é a família a se desarticular, pela inconstância de uns, despautério de outros, desestruturando relações de alegria e fraternidade. * * * Assim é nossa jornada. Feita de desafios e lições. Quando essas nos chegam, na forma da dor ou da saudade, da doença ou de alguma carência qualquer, é sempre o convite para aprender. Vistamo-nos de coragem e fé. Enfrentemos o que nos chegue com a serenidade daqueles que entendem os desafios como necessários ao crescimento moral. E não nos esqueçamos de que teremos sempre Jesus, o Bom Pastor, a nos amparar a todos, cansados e aflitos, em Seu regaço amoroso. * * * Os desafios existenciais fazem parte da vida. Sem eles, o homem seria destruído pela paralisia da vontade, dos membros, das aspirações, que se transformariam em doentia aceitação dos níveis inferiores do estágio da evolução. Enriquecer-se com a luz do discernimento elevado é a finalidade essencial da vida. Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do cap. 11, do livro Vida: desafios e soluções, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.

UMA MÃE QUE FAÇA CASTELOS DE AREIA

Uma dessas tirinhas de jornal, com três breves cenas, levantou uma questão muito importante, que merece nossa atenção: Na primeira cena, vemos uma menina pequena em frente à sua mãe. Da mãe, vê-se apenas as pernas e a cintura. A filha, então, pergunta: Mãe, aonde você vai? Que roupa é essa? Na segunda cena, temos a resposta da mãe: Ora, é minha roupa de academia! Você não quer uma mãe bonita no verão? E, finalmente, na terceira, temos a perspicaz resposta da criança: Não, prefiro uma mãe que faça castelos de areia. * * * Vale a pena refletir por alguns instantes, se estamos sendo apenas uma mãe que deseja estar bonita no verão, ou uma mãe que faz castelos de areia com seus filhos. O cuidado do corpo é importante, claro, e todos precisamos mantê-lo saudável, porém, é necessário verificar se não estamos, muitas vezes, caindo em excessos. A breve passagem narrada apresenta muito bem o que temos de mais precioso para dar aos nossos filhos: nosso tempo ao seu lado. Quando se falou em verão, a menina pensou nos castelos de areia que faria com a mãe. Vale refletir se, em muitos casos, em nome de tantas coisas, tantos compromissos, ou mesmo em nome da vaidade, não estamos deixando nossos filhos de lado, em casa, com babás, avós ou até sozinhos, por tempo demais. Quando aceitamos a importante missão de pai, de mãe, aceitamos sacrifícios, aceitamos renunciar parte de nossa vida por eles, pelo menos por um tempo, enquanto são pequenos e precisam de nossa atenção integral. Muitos pais parecemos esquecer disso, achando que podemos levar a mesma vida que levávamos quando solteiros, ou quando ainda não tínhamos filhos. Terceirizamos os cuidados e a educação para outros, conseguindo assim mais tempo livre ou ainda, mais tempo para outros afazeres. Tenhamos calma. Tenhamos paciência. Esse sacrifício, essas horas e mais horas doadas a eles, irão nos trazer muitas alegrias. E a primeira delas é a alegria da consciência em paz, da consciência que se reconhece cumpridora de seus deveres. Utilizemos disciplina. Guardemos momentos para nós durante a semana, para nossos afazeres, mas, evitemos ao máximo deixar as crianças de lado por muito tempo. São momentos que não voltam e passam muito rápido. Logo nos daremos conta disso. Talvez estejamos exaustos com tantos compromissos domésticos, profissionais e familiares. Parece que não estamos dando conta, é certo. É nossa cota de doação para a família. E por se tratar de gesto de altruísmo, de abnegação, não estamos sozinhos. Podemos contar com a ajuda dos amigos espirituais que nos acompanham e que também trabalham pelo sucesso de nossa empreitada na Terra. Oremos, peçamos ajuda. Tranquilizemos o coração e acalmemos a ansiedade. Logo tudo se encaixa, tudo se acalma. Em breve os filhos crescem, a vida muda mais uma vez, e será o momento da saudade de quando eram pequenos. Guardemos em nosso coração uma certeza maior, a de que vale a pena investir nosso tempo em construir castelos de areia com nossos amados filhos. Redação do Momento Espírita.