quinta-feira, 27 de outubro de 2011

TEMPOS DE OMISSÃO



Vivemos na Terra tempos muito difíceis. A maldade de alguns indivíduos é audaciosa e intimidadora.
Parece que a humanidade está retrocedendo aos tempos de barbárie e nada se pode fazer para deter esse estado de coisas.
Em quase todos os setores da sociedade vamos encontrar vestígios da violência em suas mais variadas expressões.
E por que isso acontece? Será que a humanidade é formada, em sua maioria, por pessoas más?
Onde estão as pessoas de bem?
Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec propôs a seguinte questão aos Sábios do espaço:
Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
E os benfeitores responderam: “por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.”

A resposta nos faz perceber claramente porque a humanidade está como está.
Os maus são intrigantes e audaciosos e por isso intimidam os bons.
A timidez dos bons é a grande responsável pelo atual estado de coisas da nossa sociedade terrena.
Impressionante como as pessoas de bem se deixam levar por essa onda de violência intrigante.
O depoimento de algumas pessoas publicado em uma revista de grande abrangência em nosso país, por ocasião do atentado na Rússia, fala-nos dessa realidade.
Uma mãe chegou a desabafar: “diante de tantas atrocidades cometidas contra nossas crianças, só me resta pedir desculpas aos meus filhos. Coloquei-os no mundo e agora não tenho como protegê-los de tanta violência.”
É compreensível o desespero dessas pessoas, pois esse é o efeito esperado e premeditado pelos maus.
E quando falamos dos maus não nos referimos unicamente aos terroristas.
Existem muitos indivíduos maus se aproveitando dessas situações.
O pavor e o desespero gerado na população é o componente perfeito para a ação dos maus.
Um povo intimidado, desesperado e impotente é tudo o de que precisam os que querem tirar proveito disso.
No entanto, os benfeitores espirituais, que percebem a realidade de um ponto de vista abrangente, sabem que a solução depende dos bons, ao afirmarem: “quando estes o quiserem, preponderarão.”
Só que muitos dos que se dizem bons, e alguns religiosos de várias crenças estão ocupados em defender o seu “bem” exclusivo, atirando fora todo bem que não seja praticado pelos de sua religião.
Ou os bons assumem a sua bondade, ou não são bons.
Jesus jamais se omitiu diante de qualquer situação. Sempre se posicionou favorável ao bem, sem se importar com quem o praticava.
Em resposta aos discípulos que haviam proibido um homem que expulsava os demônios em nome de Jesus mas não o acompanhava, Jesus disse-lhes, com sabedoria: “não o proíbam, porque quem não é contra nós, é por nós”.
Isso é levantar a bandeira do bem acima de tudo. O bem é o bem. Isto apenas.
Quem prega o contrário, não pode estar movido por boas intenções.
São chegados os tempos em que precisamos assumir a nossa posição. Precisamos mostrar de que lado estamos: do lado de Deus ou de Mamom.
Em tempos de tanta violência, corrupção e falta de ética, não temos o direito de permanecer em cima do muro. Precisamos nos decidir.
Se dizemos confiar em Deus, é momento de assumir essa confiança. A confiança de que toda árvore que nosso pai não plantou será arrancada, conforme ensinou Jesus.
E a violência certamente não é árvore plantada pelo Criador.
Portanto, é hora de fazer luz. É hora de somar as boas qualidades e fazer valer o bem que desejamos.
É hora de altear bem alto a bandeira do bem, para que o bem sobrepuje o mal. Para que a luz afugente as trevas.
Pense nisso e considere que basta apenas querer.

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita, com base na questão 932 de O Livro dos Espíritos e no Evangelho de Lucas, cap. 9,50.

A DELINQUÊNCIA


Quando se fala em delinquência, muitos pais sofrem só em pensar no que esse termo representa.

Alguns de nós pensamos e repensamos em como pode uma criança, dócil e amável durante a infância, tornar-se um delinquente mais tarde.

Nós não nos damos conta, mas somos, enquanto educadores, os maiores responsáveis pela delinquência que vige no mundo.

O Departamento de Polícia de Houston, Texas, elaborou uma lista, enumerando 9 maneiras fáceis de criar um delinquente. A lista é a seguinte:



1. Comece, na infância, a dar ao seu filho tudo o que ele quiser. Assim, quando crescer, acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar tudo o que deseja.

2. Quando ele disser palavrões, ache graça. Isso o fará considerar-se interessante.

3. Nunca lhe dê orientação religiosa. Espere até que ele chegue à maioridade e "decida por si mesmo".

4. Apanhe tudo o que ele deixar jogado: livros, sapatos, roupas. Faça tudo para ele, para que aprenda a jogar sobre os outros toda a responsabilidade.

5. Discuta com frequência na presença dele. Assim não ficará muito chocado quando o lar se desfizer mais tarde.

6. Dê-lhe todo o dinheiro que quiser. Nunca o deixe ganhar seu próprio dinheiro. Por que terá ele de passar pelas mesmas dificuldades pelas quais você passou?

7. Satisfaça todos os seus desejos de comida, bebida e conforto. (Negar pode acarretar frustrações prejudiciais.)

8. Tome o partido dele contra vizinhos e policiais. (Todos têm má vontade para com o seu filho.)

9. Quando ele se meter em alguma encrenca séria, dê esta desculpa: "Nunca consegui dominá-lo."

Por último, uma advertência: prepare-se para uma vida de desgosto. É o seu merecido castigo.

* * *

Quando nos queixamos do desgosto por que nos fazem passar os filhos, normalmente esquecemos todos esses detalhes enumerados pela Polícia de Houston.

E enquanto nossos filhos ainda são crianças imaginamos que jamais venham a delinquir.

Em verdade é esse o nosso mais profundo desejo. No entanto, é bem possível que nos equivoquemos procurando acertar. Procurando fazer o melhor para esses seres tão queridos aos nossos corações.

Se temos a intenção de fazer de nossos filhos cidadãos responsáveis e dignos, comecemos a prestar mais atenção na forma de educação que lhes damos.

Ensinar-lhes a tolerar frustrações, ensinar-lhes disciplina, responsabilidade, é de bom senso.

Consideremos sempre que nossos filhos são Espíritos reencarnados, e como tal, trazem consigo a bagagem de erros e acertos conquistados ao longo das existências.

Todos renascemos para crescer na escala evolutiva. Sejamos os impulsionadores daqueles a quem Deus nos confiou a educação.

Dessa forma, de nada teremos que nos arrepender mais tarde, quando tivermos que prestar contas às Leis Divinas.

* * *

É na adolescência que o Espírito retoma a bagagem de experiências acumuladas ao longo da sua caminhada evolutiva.

É que na adolescência o corpo e o psiquismo já estão preparados para receber essas informações.

Nãoo é outro o motivo pelo qual muitos pais desconhecem os filhos, que passam a ser outra pessoa, dizem, quando chegam à adolescência.

Até aos 7 anos de idade a criança é mais receptiva aos ensinamentos.

Por isso, devemos nos esmerar para passar uma educação efetiva, de forma que essa possa suplantar as informações equivocadas que porventura traga o nosso filho, de existências anteriores.


Redação do Momento Espírita.

AMOR SEM ILUSÃO


Conta-se que um jovem caminhava pelas montanhas nevadas da velha Índia, absorvido em profundos questionamentos sobre o amor, sem poder solucionar suas ansiedades.

Percebeu que, pelo mesmo caminho, vinha em sua direção um velho sábio.

E porque não conseguia encontrar uma resposta que lhe aquietasse a alma, resolveu pedir ao sábio que o ajudasse.

Aproximou-se e falou com verdadeiro interesse:

Senhor, desejo encontrar minha amada e construir com ela uma família, com base no verdadeiro amor.

Todavia, sempre que me vem à mente uma jovem bela e graciosa e eu a olho com atenção, em meus pensamentos ela vai se transformando rapidamente.

Seus cabelos tornam-se alvos como a neve, sua pele rósea e firme fica pálida e se enche de profundos vincos.

Seu olhar vivaz perde o brilho e parece perder-se no Infinito. Sua forma física se modifica acentuadamente e eu me apavoro.

Desejo saber, meu sábio, como é que o amor poderá ser eterno, como falam os poetas?

Naquele mesmo instante, aproxima-se de ambos uma jovem envolta em luto, trazendo no rosto expressões de profunda dor.

Dirige-se ao sábio e lhe fala com voz embargada:

Acabo de enterrar o corpo de meu pai, que morreu antes de completar 50 anos.

Sofro, porque nunca poderei ver sua cabeça branca aureolada de conhecimentos, seu rosto marcado pelas rugas da experiência, nem seu olhar amadurecido pelas lições da vida.

Sofro, porque não poderei mais ouvir suas histórias sábias, nem contemplar seu sorriso de ternura.

Não sentirei suas mãos enrugadas tomando as minhas com profundo afeto.

Naquele momento, o sábio dirigiu-se ao jovem e falou com serenidade:

Você percebe agora as nuanças do amor sem ilusões, meu jovem?

O amor verdadeiro é eterno porque não se apega ao corpo físico, mas se afeiçoa ao ser imortal que o habita temporariamente.

É nesse sentimento sem ilusões nem fantasias que reside o verdadeiro e eterno amor.

* * *

A lição do velho sábio é de grande valia para todos nós que buscamos as belezas da forma física, sem observar as grandezas da alma imortal.

O sentimento que valoriza somente as aparências exteriores não é amor, é paixão ilusória.

O amor verdadeiro observa, além da roupagem física que se desgasta e morre, a alma que se aperfeiçoa, para prosseguir vivendo e amando pela Eternidade afora.

* * *

As flores, por mais belas que sejam, um dia murcham e morrem.

Mas o seu perfume permanece no ar e no olfato daqueles que o souberam guardar em frascos adequados.

O corpo humano, por mais belo e cheio de vida que seja, um dia envelhece e morre.

Mas as virtudes do Espírito que dele se liberta, continuam vivas nos sentimentos daqueles que as souberam apreciar e preservar, na ânfora do coração.

Pensemos nisso!



Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 11 e no livro Momento Espírita, v. 2, ed. Fep.

VOCÊ É O QUE DESEJA SER


João era um importante empresário. Morava em um apartamento de cobertura, na zona nobre da cidade.

Ao sair pela manhã, deu um longo beijo em sua amada, fez sua oração matinal de agradecimento a Deus pela sua vida, seu trabalho e suas realizações.

Tomou café com a esposa e os filhos e os deixou no colégio. Dirigiu-se a uma das suas empresas.

Cumprimentou todos os funcionários com um sorriso. Ele tinha inúmeros contratos para assinar, decisões a tomar, reuniões com vários departamentos, contatos com fornecedores e clientes.

Por isso, a primeira coisa que falou para sua secretária, foi: Calma, vamos fazer uma coisa de cada vez, sem stress.

Ao chegar a hora do almoço, foi curtir a família. À tarde, soube que o faturamento do mês superara os objetivos e mandou anunciar a todos os funcionários uma gratificação salarial, no mês seguinte.

Conseguiu resolver tudo, apesar da agenda cheia. Graças a sua calma, seu otimismo.

Como era sexta-feira, João foi ao supermercado, voltou para casa, saiu com a família para jantar.

Depois, foi dar uma palestra para estudantes, sobre motivação.

Enquanto isso, Mário, em um bairro pobre de outra capital, como fazia todas as sextas-feiras, foi ao bar jogar e beber.

Estava desempregado e, naquele dia, recusara uma vaga como auxiliar de mecânico, por não gostar do tipo de trabalho.

Mário não tinha filhos, nem esposa. A terceira companheira partira, cansada de ser espancada e viver com um inútil.

Ele morava de favor, num quarto muito sujo, em um porão. Naquele dia, bebeu, criou confusão, foi expulso do bar e o mecânico que lhe havia oferecido a vaga em sua oficina, o encontrou estirado na calçada.

Levou-o para casa e depois de passado o efeito da bebedeira, lhe perguntou por que ele era assim: Sou um desgraçado, falou. Meu pai era assim. Bebia, batia em minha mãe.

Eu tinha um irmão gêmeo que, como eu, saiu de casa depois que nossa mãe morreu. Ele se chamava João. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.

Na outra capital, João terminou a palestra e foi entrevistado por um dos alunos: Por favor, diga-nos, o que fez com que o senhor se tornasse um grande empresário e um grande ser humano?

Emocionado, João respondeu: Devo tudo à minha família. Meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia em minha mãe, não parava em emprego algum.

Quando minha mãe morreu, saí de casa, decidido que não seria aquela vida que queria para mim e minha futura família. Tinha um irmão gêmeo, Mário, que também saiu de casa no mesmo dia. Nunca mais o vi. Deve estar vivendo desta mesma forma.

* * *

O que aconteceu com você até agora não é o que vai definir o seu futuro e, sim, a maneira como você vai reagir a tudo que lhe aconteceu.

Não lamente o seu passado. Construa você mesmo o seu presente e o seu futuro.

Aprenda com seus erros e com os erros dos outros.

O que aconteceu é o que menos importa. Já passou.

O que realmente importa é o que você vai fazer com o que vai acontecer.

E esta é uma decisão somente sua. Você decide o seu dia de amanhã. De tristeza ou de felicidade. De coisas positivas ou de amargura, sem esperança.

Pense nisso! Mas pense agora!


Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada. Disponível no cd Momento Espírita, v. 11, ed. Fep.